o cenário atual de inflação controlada e mercado de trabalho estável tem sustentado a confiança do consumidor FOTO: Freepik

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) registrou alta de 1,0 ponto em outubro, atingindo 88,5 pontos, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (22) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). O resultado marca a segunda elevação consecutiva e reforça o movimento de recuperação gradual da confiança iniciado em março deste ano.

Em médias móveis trimestrais, o indicador também subiu 0,6 ponto, impulsionado pela melhora das expectativas em relação à economia e pelo aumento da confiança entre famílias de menor renda, segundo a economista do Ibre/FGV, Anna Carolina Gouveia.

“A confiança tem avançado de forma lenta, mas consistente, apoiada em um cenário de estabilidade no emprego e redução da inflação. Ainda assim, o alto endividamento e os juros elevados impedem uma retomada mais forte”, avaliou Gouveia.

Melhora nas expectativas

O Índice de Situação Atual (ISA) subiu 1,0 ponto, para 83,0 pontos. A percepção sobre a economia local avançou 2,3 pontos, chegando a 95,5, enquanto a situação financeira das famílias teve leve queda de 0,3 ponto, para 70,8.

Já o Índice de Expectativas (IE) também cresceu 1,0 ponto, atingindo 92,8 pontos. As projeções para a economia nos próximos meses registraram avanço de 2,3 pontos, para 106,9, o maior patamar desde outubro de 2024. A expectativa financeira das famílias subiu 5,8 pontos, para 89,7, mas o ímpeto de compras de bens duráveis recuou 5,6 pontos, para 82,6.

A pesquisa mostrou que a melhora foi mais expressiva entre famílias com renda de até R$ 2.100, cujo índice subiu 5,1 pontos, alcançando 82,6. Nos demais grupos, houve pequenas quedas ou estabilidade: renda entre R$ 2.100,01 e R$ 4.800: queda de 1,9 ponto, para 88,6; renda entre R$ 4.800,01 e R$ 9.600: recuo de 0,4 ponto, para 85,8; e renda acima de R$ 9.600: leve alta de 0,3 ponto, para 94,2.

Contexto econômico

De acordo com o Ibre/FGV, o cenário atual de inflação controlada e mercado de trabalho estável tem sustentado a confiança do consumidor. Entretanto, níveis elevados de inadimplência e juros altos continuam limitando o poder de compra e o consumo das famílias.

A coleta de dados foi realizada entre 1º e 22 de outubro de 2025, e reforça o otimismo moderado do consumidor brasileiro, ainda que a confiança permaneça abaixo dos 100 pontos, patamar considerado neutro pela FGV.