Após um ano de ajustes e cautela, a indústria da construção fecha 2025 com um horizonte promissor. É o que revela a mais recente edição da Sondagem Indústria da Construção, divulgada nesta quarta-feira (17) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em parceria com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). Os dados apontam melhora consistente nas expectativas dos empresários para o início de 2026, sinalizando um ciclo de maior dinamismo para o setor.

Construção civil tem perspectivas positivas para o início do ano que vem                         Foto: Agência CNI

Em dezembro, avançaram os indicadores de novos empreendimentos e serviços, compras de matérias-primas, nível de atividade e número de empregados – um conjunto de sinais que reforça a percepção de aquecimento gradual, porém disseminado, da construção civil no Brasil.

Segundo o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, o cenário mais favorável está diretamente associado a mudanças recentes no ambiente de crédito e financiamento imobiliário. Entre os principais vetores estão o novo modelo de crédito habitacional, o aumento do valor máximo dos imóveis financiados pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH) e a ampliação de linhas voltadas à reforma de moradias para famílias de baixa renda.

“O início do ano costuma ser um período mais favorável para a construção e, desta vez, há uma combinação de fatores que deve dar mais ritmo à atividade em 2026, somada à perspectiva de redução da taxa de juros”, avalia Azevedo.

O índice de expectativa de novos empreendimentos e serviços foi um dos destaques da pesquisa. O indicador avançou 1,9 ponto, passando de 49,2 para 51,1 pontos. Após sinalizar retração em novembro, o índice voltou ao campo positivo, indicando retomada dos lançamentos e da oferta de novos projetos nos próximos meses.

Movimento semelhante foi observado no indicador de expectativa de número de empregados. O índice subiu 1,2 ponto, de 49,8 para 51 pontos, revertendo a leitura anterior de queda e apontando para a criação de postos de trabalho no setor no início de 2026 – um dado relevante em um segmento que é muito intensivo em mão de obra.

As expectativas relacionadas às compras de insumos e ao nível de atividade mostraram um otimismo ainda mais robusto. O índice de expectativa de compras de matérias-primas cresceu 1,5 ponto, alcançando 51,7 pontos, sinalizando uma alta mais intensa e disseminada das aquisições. Já o indicador de expectativa de nível de atividade avançou 1,3 ponto, de 50,4 para 51,7 pontos, reforçando a leitura de expansão da produção no próximo ano.

Esse ambiente mais favorável também se refletiu na intenção de investimento das empresas da construção. O índice subiu um ponto em dezembro, passando de 42,3 para 43,3 pontos – a terceira alta nos últimos quatro meses. Embora ainda abaixo do patamar registrado no início de 2025, quando atingiu 45,1 pontos, o movimento indica uma recuperação gradual da confiança e da disposição para novos aportes.

No conjunto, os resultados da sondagem desenham um cenário de transição: após um período de desaceleração, a construção civil encerra 2025 com bases mais sólidas para um 2026 de retomada, sustentado por crédito, investimentos e pela expectativa de um ambiente macroeconômico mais favorável. Para um setor estratégico na geração de emprego e renda, os sinais de confiança renovada apontam para um novo ciclo de oportunidades nos próximo meses.