RELAÇÕES COMERCIAIS

Crescimento do etanol brasileiro incomoda Trump e acirra disputa comercial

Por Redação - Em 18/07/2025 às 12:01 AM

Bomba De Combustível Gasolina Etanol Diesel Foto Agência Brasil

Apesar das críticas, especialistas apontam que a crescente produção nacional de etanol, especialmente no Centro-Oeste, tornou as importações economicamente inviáveis em muitos períodos, mesmo sem tarifas FOTO: Agência Brasil

O Brasil reduziu significativamente sua dependência do etanol importado dos Estados Unidos após investir pesado na produção nacional do biocombustível, especialmente com base no milho. Esse movimento, liderado por empresas como a americana Summit Agricultural Group, resultou na instalação de usinas e no fortalecimento de uma nova indústria local. Como reflexo, o governo brasileiro impôs tarifas sobre o produto estrangeiro, o que gerou atritos com os EUA.

O governo Trump, por sua vez, atribuiu a queda nas exportações de etanol para o Brasil a essas tarifas, classificando-as como barreiras injustas. Em resposta, iniciou uma investigação oficial sobre as práticas comerciais brasileiras e ameaçou impor tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto, medida que pode afetar consumidores americanos.

Apesar das críticas, especialistas apontam que a crescente produção nacional de etanol, especialmente no Centro-Oeste, tornou as importações economicamente inviáveis em muitos períodos, mesmo sem tarifas. Segundo a consultoria Datagro, o Brasil deve produzir cerca de 10 bilhões de litros de etanol de milho em 2025, sendo que apenas 5% da produção é destinada à exportação.

O debate é estratégico para a relação comercial entre os dois países. Os Estados Unidos afirmam que o Brasil rompeu acordos anteriores de isenção, enquanto empresas e associações brasileiras destacam que o investimento estrangeiro foi essencial para a criação da indústria local. Atualmente, há 24 usinas de etanol de milho em operação no Brasil e outras 16 em construção.

Ainda que o Brasil também exporte etanol para os EUA — impulsionado por políticas estaduais como as da Califórnia — o impacto das possíveis tarifas anunciadas por Trump tende a ser limitado para os produtores brasileiros, que continuam focados no abastecimento do mercado interno.

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