APONTA DIEESE
Custo da cesta básica aumenta em 14 capitais do Brasil em fevereiro
Por Redação - Em 10/03/2025 às 3:23 PM

O levantamento também indicou que São Paulo, com um custo de R$ 860,53, foi a cidade onde a cesta básica mais pesou no bolso dos consumidores FOTO: Agencia Brasil
O custo da cesta básica de alimentos registrou aumento em 14 das 17 capitais do Brasil em fevereiro deste ano, segundo dados da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). As maiores altas foram observadas em Recife (4,44%), João Pessoa (2,55%), Natal (2,28%) e Brasília (2,15%).
Por outro lado, três capitais apresentaram quedas no valor da cesta básica: Goiânia (-2,32%), Florianópolis (-0,13%) e Porto Alegre (-0,12%). Em comparação ao mês anterior, o aumento nos preços de alimentos básicos afeta o orçamento de milhões de brasileiros que enfrentam dificuldades para atender às necessidades alimentícias diárias.
O levantamento também indicou que São Paulo, com um custo de R$ 860,53, foi a cidade onde a cesta básica mais pesou no bolso dos consumidores. Seguiram-se o Rio de Janeiro (R$ 814,90), Florianópolis (R$ 807,71) e Campo Grande (R$ 773,95). Por outro lado, as cidades com os menores custos foram Aracaju (R$ 580,45), Recife (R$ 625,33) e Salvador (R$ 628,80). A diferença de valores entre as regiões se deve, em parte, à composição da cesta básica, que varia conforme a localização geográfica.
Aumento anual
Quando comparado com fevereiro de 2024, o aumento no valor da cesta básica foi registrado em 14 capitais, com variações que chegaram a 13,22%, como no caso de Fortaleza. Já as cidades que apresentaram redução no valor do conjunto de alimentos foram Porto Alegre (-3,40%), Rio de Janeiro (-2,15%) e Belo Horizonte (-0,20%).
Esses aumentos refletem o impacto da inflação e da alta nos preços de itens essenciais, como arroz, feijão, carne e leite, que continuam a pressionar as finanças das famílias brasileiras. A disparidade entre as regiões do país também é uma característica marcante da pesquisa, com o custo da cesta básica mais elevado no Sudeste e Sul, em comparação com o Norte e Nordeste.
Salário mínimo
Com o reajuste do salário mínimo para R$ 1.518,00, a realidade do trabalhador brasileiro continua desafiadora. O valor do piso nacional permanece insuficiente para cobrir as necessidades básicas de uma família de quatro pessoas. Para se ter uma ideia, o valor da cesta básica na cidade de São Paulo em fevereiro seria de R$ 7.229,32, ou 4,76 vezes o salário mínimo.
O levantamento também revelou que, ao descontar 7,5% para a Previdência Social, o trabalhador que recebe o salário mínimo comprometeu, em média, 51,46% de sua remuneração para garantir os alimentos essenciais. Esse dado reforça a desigualdade e a dificuldade que muitos enfrentam para equilibrar o orçamento familiar.
Tempo necessário para adquirir a cesta básica
Outro dado relevante diz respeito ao tempo que o trabalhador precisa dedicar para conseguir comprar a cesta básica. Em fevereiro de 2025, o tempo médio necessário foi de 104 horas e 43 minutos, o que representa um leve aumento em relação a janeiro deste ano, quando o tempo foi de 103 horas e 34 minutos. No entanto, o tempo de trabalho necessário para adquirir os itens da cesta básica é menor do que o registrado em fevereiro de 2024, quando o trabalhador precisava de 107 horas e 38 minutos.
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