LEVANTAMENTO ESTRATÉGICO
Custos, regulação e ESG devem mobilizar as seguradoras em 2026, revela a KPMG
Por Marcelo Cabral - Em 26/12/2025 às 1:47 PM
Um levantamento realizado pela KPMG revela que 78% das seguradoras brasileiras pretendem reduzir custos, em pelo menos 10% até 2030, visando atravessar esse período turbulento da economia nacional. De acordo com o sócio-líder do segmento de seguros da KPMG no Brasil, André Rocha, a contenção de despesas segue como uma tendência para o próximo ano.

André Rocha diz que setor busca driblar a alta dos juros e da inflação no País
“O setor de seguros continuará buscando alternativas para driblar a alta das taxas de juros e da inflação. Estes desafios impactam os negócios de diversas regiões do País, porém, os obstáculos servem como um incentivo para que as seguradoras inovem. Elas estão transformando os modelos atuais com base no aperfeiçoamento da experiência do cliente, produtos e serviços personalizados e estratégias de crescimento sustentável e lucrativo para ter destaque em 2026”, analisa.
De acordo com o executivo, outros temas podem movimentar o setor no próximo ano, entre eles, estão os seguintes: a agenda da Superintendência de Seguros Privados (Susep), destacando os requerimentos ESG a serem observados pelas companhias e a lei 15.040 que estabelece o novo marco legal dos contratos de seguro no Brasil.
“Além do marco regulatório para o setor, que terá o objetivo de clarificar as obrigações e as relações do cliente com o fornecedor no contrato, mirando a competitividade, transparência e fomento dos negócios, é importante que as empresas fiquem atentas ao Open Insurance que pode gerar novos negócios no futuro. Esse ecossistema permitirá que os consumidores de produtos e serviços de seguros, previdência complementar aberta e capitalização compartilhem dados entre as instituições credenciadas, o que fomenta o mercado”, explica.
Outro segmento que poderá movimentar o mercado de seguros no Brasil, de acordo com Rocha, são Associações de Proteção Patrimonial Mutualista, objeto de consulta pública recente. Com mais de três mil associações no Brasil, esse segmento ao migrar ao mercado formal de seguros poderá contribuir significativamente com o aumento da participação do mercado segurador no Produto Interno Bruto (PIB) do País.
Seguros e ESG
Ele também comenta sobre os aspectos ambientais, sociais e de governança (ESG), que podem direcionar as estratégias do setor de seguros devido às mudanças climáticas. “Durante a COP30, as grandes seguradoras globais debateram sobre como trazer o tema impacto climático para o setor de seguros, com o objetivo de prover mais proteção e gerar estratégias de negócio mais sustentáveis. Após o evento, o assunto segue no radar das empresas. Dos danos ambientais que ocorreram na Região Sul do País nos últimos anos, estimasse que menos de 10% dos imóveis estivessem protegidos por seguros. Há uma grande parte do mercado para ser atendida, e quem conseguir criar produtos coerentes com a realidade da sociedade poderá ter resultados diferenciados”, conclui André Rocha.
Mais notícias
Banco Central






























