R$ 100 bilhões ao ano

Delivery no Brasil entra em nova disputa bilionária com 99Food e Keeta desafiando iFood e Rappi

Por Redação - Em 11/09/2025 às 9:28 AM

Ifood

Com milhões de entregadores e 1,4 milhão de restaurantes conectados, o país se tornou um dos maiores palcos globais da corrida pelo delivery

O mercado de delivery no Brasil, que movimenta mais de R$ 100 bilhões ao ano, entrou em uma nova fase de competição acirrada. A reestreia da 99Food em São Paulo, com aporte de R$ 1 bilhão, e a chegada da chinesa Keeta, braço global da gigante Meituan, com promessa de investir R$ 5,6 bilhões, recolocam em movimento um setor até então dominado pelo iFood e disputado pelo Rappi.

Após encerrar as operações em 2023, a 99Food voltou em 2025 com a proposta de oferecer vantagens diretas a restaurantes e entregadores. O modelo elimina comissões e mensalidades, aproximando o preço ao do balcão, e promete ganhos de até R$ 250 por dia para entregadores, além da criação de pontos de apoio. A empresa se apoia em uma base de 700 mil motociclistas parceiros, 55 milhões de usuários e presença em 3.300 municípios.

Líder com mais de 80% do mercado, o iFood descarta competir em subsídios. O CEO Diego Barreto afirma que o foco está em diferenciais estruturais, como o plano de assinaturas iFood Hits, entregas em até 20 minutos e integração com o WhatsApp, responsável por 25 milhões de pedidos mensais. A estratégia também inclui investimentos em crédito e soluções financeiras para restaurantes.

Keeta traz tecnologia chinesa

De olho no potencial do país, a Keeta chega com a promessa de recrutar 100 mil entregadores até 2030 e abrir um centro de suporte no Nordeste. O trunfo está na tecnologia: segundo o CEO Tony Qiu, a plataforma da Meituan processa bilhões de rotas por hora na China, e essa inteligência será adaptada ao Brasil.

Rappi busca ampliar presença

Com cerca de 9% do setor, o Rappi aposta em promoções agressivas, como taxa zero para restaurantes, além da diversificação em farmácias, supermercados e pet shops, que já respondem por mais da metade do faturamento. A empresa recebeu recentemente aportes de US$ 100 milhões em parceria com bancos internacionais e até um investimento da Amazon, que adquiriu direito de compra de participação futura.

Para o consumidor, a disputa deve trazer benefícios imediatos: preços mais baixos, promoções e maior oferta de serviços. No entanto, especialistas alertam para o risco de uma nova “guerra de subsídios”, que já levou gigantes como Uber Eats e Glovo a deixar o Brasil.

Com milhões de entregadores e 1,4 milhão de restaurantes conectados, o país se tornou um dos maiores palcos globais da corrida pelo delivery. A questão agora é quem conseguirá transformar os investimentos em presença sustentável e quem ficará pelo caminho.

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