Demanda por talentos em IA cresce 21% ao ano desde 2019
Por Redação - Em 26/09/2025 às 12:01 AM

A procura por especialistas em IA cresce, em média, 21% ao ano desde 2019 FOTO: Freepik
A rápida adoção da inteligência artificial generativa tem exposto um gargalo global: a falta de profissionais especializados. Levantamento da Bain & Company mostra que 44% dos líderes empresariais em países como Estados Unidos, Alemanha, Índia, Reino Unido e Austrália já enfrentam atrasos na implementação de projetos por falta de expertise interna.
No Brasil, o cenário segue a mesma tendência. De acordo com estudo da consultoria com 5,2 mil profissionais de tecnologia, 39% dos executivos relatam dificuldades em 2025, contra 25% no ano anterior. Para Lucas Brossi, sócio da Bain e líder de IA na América do Sul, o aumento evidencia como a escassez ameaça a competitividade em um momento em que a tecnologia passa a ser parte central da estratégia corporativa.
A consultoria aponta que a procura por especialistas em IA cresce, em média, 21% ao ano desde 2019, sobretudo em áreas técnicas como ciência de dados, engenharia de dados, desenvolvimento de modelos de machine learning e, mais recentemente, IA generativa.
Pressão sobre salários
A disputa por talentos impulsiona a remuneração. Desde 2019, os salários em funções relacionadas à IA avançam cerca de 11% ao ano, chegando a altas de até 56% em posições mais técnicas. Competências emergentes, como prompt engineering, estão entre as mais valorizadas.
Um estudo da Coursera, que entrevistou empregadores e estudantes em dez países, incluindo o Brasil, aponta que 94% das empresas estão dispostas a pagar salários iniciais mais altos para candidatos com certificações de curta duração em IA generativa.
Impactos no mercado de trabalho
Nos Estados Unidos, a demanda por profissionais da área deve superar 1,3 milhão de vagas nos próximos dois anos, enquanto a oferta ficará em torno de 645 mil pessoas, segundo a Bain. O déficit de mais de 700 mil trabalhadores exigirá investimentos em capacitação e requalificação.
Embora 93% dos profissionais já utilizem ferramentas de IA no cotidiano, apenas 20% contam com acesso oficial fornecido pelas empresas, o que reforça a necessidade de treinar equipes e ampliar a adoção estruturada da tecnologia.
Além de remuneração competitiva, companhias precisam investir em aprendizado contínuo, propósito e participação em projetos estratégicos para atrair e reter talentos. Como destaca Brossi, “atrair é apenas parte da equação; reter exige condições que motivem os profissionais a permanecer e contribuir para a transformação de longo prazo”.
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