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Dividendos surpreendem e garantem retornos elevados na bolsa em 2025

Por Redação - Em 18/12/2025 às 12:00 PM

Dinheiro, Real Moeda Brasileira

Desde outubro, os anúncios de dividendos somam mais de R$ 124 bilhões, com pagamentos previstos até 2027

A forte valorização da bolsa brasileira em 2025, superior a 30%, não reduziu o retorno dos dividendos pagos pelas empresas listadas. Ao contrário do que costuma ocorrer em ciclos de alta das ações, o ano caminha para ser um dos mais generosos para investidores focados em renda passiva, impulsionado pela antecipação de proventos antes da tributação prevista para entrar em vigor em 2026.

A corrida das companhias para distribuir lucros elevou os dividend yields mesmo com o avanço dos preços dos papéis. No ranking das maiores pagadoras de 2025, considerando dados até 15 de dezembro, há casos em que o retorno com dividendos supera 50%.

No topo da lista aparece a Syn (SYNE3), do setor imobiliário, com dividend yield de 54,87%. Em seguida vêm a Vulcabras (VULC3), com 30,94%, e a Lavvi (LAVV3), com 27,57%. As três são small caps, empresas de menor valor de mercado que, em geral, ficam fora do radar em períodos de juros elevados, mas que ganharam protagonismo neste ano.

Analistas explicam que o desempenho da Syn é pontual e ligado à venda de ativos do portfólio imobiliário, o que reforçou o caixa e permitiu uma distribuição elevada de recursos. A tendência, segundo especialistas, é de normalização dos dividendos nos próximos anos, já que o patrimônio disponível para novas alienações é limitado.

Já Vulcabras e Lavvi apresentam um perfil diferente. Ambas vêm mantendo políticas consistentes de remuneração aos acionistas. A Vulcabras adota pagamentos frequentes, enquanto a Lavvi incorpora os dividendos à sua estrutura societária, com apoio de um bom momento operacional e forte valorização das ações ao longo do ano.

Entre as grandes empresas, o Itaú (ITUB4) segue como destaque. Mesmo figurando apenas na nona posição do ranking, o banco mantém uma política sólida de distribuição e ampliou o uso de dividendos extraordinários nos últimos anos. Analistas avaliam que a antecipação desses pagamentos não compromete o retorno futuro, ainda que o dividend yield recue após o início da tributação.

O setor imobiliário chama atenção ao concentrar seis empresas entre as 20 maiores pagadoras. Segundo especialistas, muitas dessas companhias optaram por distribuir lucros acumulados para reduzir o impacto do novo imposto sobre dividendos. O movimento é especialmente relevante em empresas com controle familiar, nas quais os proventos representam parte significativa da renda dos acionistas controladores.

Desde outubro, os anúncios de dividendos somam mais de R$ 124 bilhões, com pagamentos previstos até 2027. A expectativa predominante é de que esse ritmo diminua após a mudança tributária, embora o volume total de recursos distribuídos siga relevante.

Especialistas alertam, no entanto, que o dividend yield isolado não deve ser o único critério de decisão do investidor. A sustentabilidade dos pagamentos, a saúde financeira da empresa, a previsibilidade do setor e a volatilidade das ações são fatores essenciais para quem busca renda passiva de longo prazo.

Mesmo com uma provável redução dos yields a partir de 2026, analistas avaliam que empresas bem geridas continuarão oferecendo retornos atrativos, ainda que em patamares mais equilibrados.

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