No mercado futuro, o contrato de novembro subiu 1,54%, a R$ 5,489. Já o dólar turismo foi negociado entre R$ 5,418 e R$ 5,598

O dólar encerrou esta sexta-feira (10) em forte alta frente ao real, refletindo o aumento da aversão ao risco entre investidores após novos sinais de fragilidade fiscal e tensões no cenário internacional. A moeda norte-americana subiu 2,38%, cotada a R$ 5,503, atingindo a máxima de R$ 5,51 ao longo do pregão.

A disparada ocorreu em meio à expectativa de que o governo apresente novas medidas para recompor receitas, depois da rejeição da MP 1.303 no Congresso. O episódio ampliou a desconfiança do mercado quanto à sustentabilidade das contas públicas e ao compromisso do Executivo com o equilíbrio fiscal.

Segundo analistas, as preocupações se intensificaram após notícias de que o governo estuda um “pacote de bondades” estimado em R$ 100 bilhões para 2026, ano eleitoral, sem detalhar as fontes de financiamento.

No exterior, o movimento ganhou força após Donald Trump voltar a ameaçar a elevação de tarifas sobre produtos chineses, o que elevou a incerteza global e pressionou os mercados emergentes. O impacto foi sentido também na B3, que registrou queda nos principais índices com o aumento da saída de capital estrangeiro.

Cotações

Dólar à vista: R$ 5,503 (alta de 2,38%)

Dólar futuro (novembro/B3): R$ 5,489 (+1,54%)

Dólar turismo: R$ 5,418 (venda) / R$ 5,598 (compra)

Cenário de incerteza

Com o avanço da moeda, o real acumula mais uma semana de desempenho negativo frente ao dólar. A combinação de risco fiscal, incerteza política e tensão externa mantém o câmbio sob pressão, em um cenário que pode seguir volátil nas próximas semanas, à espera de sinalizações mais claras do governo sobre o equilíbrio das contas públicas.