CLIMA ECONÔMICO
Empresariado mantém expectativa de corte da Selic em 2026, apesar de cautela do Banco Central
Por Redação - Em 03/12/2025 às 11:32 AM

O consenso entre os executivos é claro: a Selic em 15% não reflete mais as condições da economia brasileira e precisa ser ajustada
Mesmo diante das sinalizações mais conservadoras do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, líderes empresariais seguem confiantes de que a Selic começará a recuar em 2026, abrindo espaço para uma melhora no ambiente de negócios. A percepção é de que a taxa atual — em 15% — dificulta investimentos, encarece o crédito e trava setores sensíveis ao custo de capital.
Para o diretor-presidente da Itaúsa, Alfredo Setúbal, a trajetória de redução deve iniciar no primeiro semestre do próximo ano, com a taxa básica encerrando 2026 “próxima de 13%”. Ele ressalta, porém, que o cenário depende de uma inflação mais alinhada à meta, idealmente abaixo de 4,5%.
A avaliação é compartilhada pelo CEO do Grupo FS, Alberto Leite, que considera o atual patamar da Selic um freio expressivo à atividade econômica. “O custo de capital no Brasil é enorme e isso massacra os investimentos”, afirmou. Embora veja espaço para cortes ao longo de 2026, Leite pondera que a inflação segue como ponto de atenção.
No varejo, o impacto é sentido de forma mais imediata. O presidente do Magazine Luiza, Frederico Trajano, classifica a taxa atual como “descalibrada” diante da inflação mais controlada e de sinais de desaceleração da economia. Para ele, a manutenção da Selic elevada afeta toda a cadeia produtiva. “Está mais do que na hora de baixar”, disse.
No setor automotivo, que depende fortemente do crédito, a expectativa é semelhante. O vice-presidente sênior da BYD, Alexandre Baldy, afirma que uma redução dos juros já no início de 2026 poderia impulsionar a venda de veículos e outros bens duráveis, geralmente financiados.
Também otimista, o diretor-presidente do Grupo Assertif, José Guilherme Sabino, acredita que os cortes só devem ganhar força a partir da metade do ano, seguido de uma trajetória lenta porém positiva. “Se cair, isso estimula o investimento e abre espaço para um ciclo virtuoso na economia”, pontuou.
Apesar das leituras distintas sobre o ritmo e o momento exato da queda, o consenso entre os executivos é claro: a Selic em 15% não reflete mais as condições da economia brasileira e precisa ser ajustada para devolver dinamismo aos negócios.
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