DISCIPLINADO E COMPETITIVO

Empresários cearenses afirmam que o mercado atacadista não requer incentivos

Por Marcelo - Em 10/03/2021 às 11:12 PM

O empresário Severino Ramalho Neto, diretor da rede Mercadinhos São Luiz, e o presidente da Associação Cearense de Atacadistas e Distribuidores (Acad), Milton Carneiro, afirmam que o setor atacadista cearense, e o varejista, estão atuando de maneira equilibrada. Isso porque existe uma lei estadual de 2008, que regula o mercado e veio para combater a sonegação fiscal no Estado, disciplinando o atacado e simplificando a vida do varejo.

Severino Neto diz que o mercado cearense é uma referência nacional               Foto: Portal IN

“O setor atacadista distribuidor recebeu uma condição diferenciada, para poder ser mais competitivo, pagando o imposto até o final. O varejo queria essa mesma condição também, mas o Governo do Ceará disciplinou que o setor atacadista deveria comercializar 50% de seus produtos com o mercado em geral e os outros 50% para suas próprias lojas”, disse Neto.

Explicou que o Grupo Mateus, rede atacadista sediada no Maranhão, solicitou ao Governo do Ceará que a trava seja de 80% para o mercado em geral e 20% para suas lojas próprias. “Desse modo ele pagaria uma taxa de impostos menor, possibilitando um lucro maior. Isso gera um grande problema para todos, inclusive o Estado, que vai tirar a renda de alguém, fazendo uma renúncia fiscal. Substituindo um comércio que paga 10% de impostos, por exemplo, por outro que paga 8%. Além de correr o risco de aumentar o desemprego aqui”, afirmou o diretor da rede cearense.

Ele salientou que o Grupo Mateus é bem vindo aqui no Ceará, onde estão todas as grandes redes atacadistas. “Mas vamos competir de igual para igual, pois o mercado cearense é forte e tem espaço para todo mundo. Hoje o nosso mercado – tanto de atacado quanto de varejo – é exemplo no cenário nacional de competitividade, qualidade, sem incentivo fiscal. E assim deve continuar sendo”, completou Severino Neto.

Representatividade

O presidente da Acad reforçou que o mercado cearense, tanto de varejo quanto de atacado, são referência no Brasil, quer seja no formato de lojas, quanto na operação de distribuição. Tanto que empresários de outros estados vêm para cá, ver como o negócio é realizado aqui e levar as experiências para suas redes.

Milton Carneiro afirma que a competição deve ser em igualdade de condições

“No passado, houve muito problema de invasão de mercadorias aqui, representando uma sonegação fiscal absurda e atrapalhando muito o setor cearense. Mas o Governo do Ceará realizou um acordo entre a Sefaz e as redes, que permitiu aos empresários do setor no Estado trabalharem de forma legal e competitiva”, explicou.

Ele destacou que o Grupo Mateus recebeu um incentivo fiscal muito forte no Maranhão, onde paga apenas 2% de ICMS e cresceu muito. “Tanto que acabou dominando o mercado maranhense e, posteriormente, entrou também no Piauí e no Pará, onde várias redes locais acabaram sucumbindo. Agora está vindo para cá, mas pedindo uma diferença tributária muito forte. O Estado não está negando nada para ele, mas está oferecendo condições de igualdade no mercado. Queremos que aqui no Ceará ele seja bem vindo, mas venha competir em igualdade de condições”.

O Ceará tem, atualmente, cerca de 33 mil pessoas trabalhando no setor atacadista e no varejo são, aproximadamente, outros 200 mil colaboradores. “O Grupo Mateus diz que pretende abrir quase 50 lojas no Ceará ao longo de cinco anos, mas as redes locais abriram, em apenas um ano, 100 lojas, atendendo às leis existentes aqui no Estado e gerando centenas de empregos”, asseverou Milton Carneiro.

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