Apesar do aumento geral, o comprometimento da renda com dívidas apresentou melhora: apenas 19,7% das famílias comprometem mais da metade da renda com dívidas

A proporção de famílias endividadas no Brasil aumentou em maio, passando de 77,6% para 78,2%, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio (CNC). Embora o índice esteja abaixo dos 78,8% registrados em maio de 2024, é a segunda alta consecutiva em 2025.

Já a inadimplência atingiu 29,5% das famílias — maior patamar desde outubro de 2023. Em abril, o índice era de 29,1%. Também cresceu levemente a parcela de consumidores que não têm condições de quitar suas dívidas: de 12,4% para 12,5%.

A pesquisa considera dívidas em modalidades como cartão de crédito, carnês, empréstimos, cheque especial, financiamentos de veículos e imóveis, entre outros.

Apesar do aumento geral, o comprometimento da renda com dívidas apresentou melhora: apenas 19,7% das famílias comprometem mais da metade da renda com dívidas — o menor índice desde julho de 2023. A média de comprometimento caiu para 29,8%.

A classe média foi a que mais sentiu os efeitos. Entre famílias com renda de 3 a 10 salários mínimos, houve alta no endividamento e na inadimplência. Já entre as famílias com renda inferior a 3 salários mínimos, os indicadores se mantiveram praticamente estáveis. No topo da pirâmide, entre os que ganham mais de 10 salários mínimos, houve leve queda na inadimplência.

Segundo a CNC, a tendência é de crescimento do endividamento ao longo do ano, com risco de alta também na inadimplência, especialmente com a possível ampliação de programas de crédito do governo.

O cartão de crédito segue como principal fonte de dívida (83,6%), apesar da queda em relação ao ano anterior. Em contrapartida, o uso de carnês aumentou, atingindo 17,2% dos endividados.