Entre janeiro e novembro, o resultado acumulado das estatais federais chegou a aproximadamente R$ 6,3 bilhões

As empresas estatais federais fecharam novembro de 2025 com déficit de cerca de R$ 2,9 bilhões, segundo dados divulgados pelo Banco Central (BC). O resultado negativo ocorre em um contexto de fragilidade fiscal mais amplo, em que o setor público consolidado também terminou o mês no vermelho.

O déficit das estatais, que exclui empresas como Petrobras e bancos públicos, integra o conjunto de indicadores que revelam a necessidade de financiamento adicional para equilibrar as contas dessas companhias. Entre janeiro e novembro, o resultado acumulado das estatais federais chegou a aproximadamente R$ 6,3 bilhões, o que se aproxima de um dos maiores níveis da série histórica.

No mesmo período, o governo central — formado pelo Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social — apresentou um déficit primário significativo, puxado pela redução nas receitas e pelo aumento de despesas, segundo o Tesouro Nacional.

O resultado negativo das estatais reflete desequilíbrios estruturais enfrentados por algumas dessas empresas, que demandam recursos adicionais para manter operações e serviços, especialmente em setores estratégicos. Em alguns casos, a deterioração das contas está associada a recuperações fiscais anunciadas por companhias como os Correios, que definiram planos de captação de recursos e ajustes operacionais para tentar reverter perdas.

O déficit de estatais e o desempenho geral das contas públicas reforçam o debate sobre sustentabilidade fiscal e necessidade de ajustes mais amplos no orçamento, em um ano em que a dívida bruta do setor público também cresceu em relação ao Produto Interno Bruto (PIB).

Especialistas apontam que, sem medidas de ajustes tanto no setor estatal quanto no próprio orçamento federal, a trajetória de déficits pode limitar o espaço fiscal do país, pressionar juros e afetar as expectativas de investidores e mercados financeiros para 2026.