Ursula von der Leyen disse que Trump era um negociador duro e justo Foto: reprodução X

Em um movimento que evita uma escalada tarifária entre as maiores economias globais, os Estados Unidos e a União Europeia anunciaram hoje um acordo comercial que estabelece uma tarifa fixa de 15% sobre a maioria das exportações europeias destinadas ao mercado americano, reduzindo drasticamente o patamar inicial de 30%.

O acerto foi fechado durante um encontro que durou cerca de 40 minutos entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, realizado no campo de golfe Turnberry, na Escócia. Von der Leyen destacou que o pacto foi árduo, mas necessário para “trazer estabilidade e previsibilidade” às empresas de ambos os lados do Atlântico.

A tarifa é única para a maioria dos setores exportadores da UE, incluindo automóveis, que até então enfrentavam alíquotas superiores ou ameaçadas de elevação. Setores como aço e alumínio continuam sujeitos a tarifas de até 50%, e produtos farmacêuticos e semicondutores ficam fora do acordo, podendo ser taxados separadamente.

Contrapartida

A União Europeia se compromete com compras de US$ 750 bilhões em energia americana e investimentos adicionais de US$ 600 bilhões em equipamentos militares e outros setores nos Estados Unidos.

O acordo oferece um alívio imediato aos mercados financeiros e à indústria europeia, dissipando temores de uma guerra comercial com os EUA. Segundo analistas, a tarifa reduzida ainda representa uma barreira maior que a atual, mas evita o cenário mais severo que Trump vinha ameaçando impor a partir de 1º de agosto.

Enquanto isso, a União Europeia vê na decisão do presidente americano uma oportunidade para ajustar desequilíbrios comerciais.“É preciso rebalancear. A UE é superavitária”, afirmou von der Leyen antes das negociações.

O pacto ainda deverá ser ratificado formalmente pelos 27 países membros da União Europeia antes de sua efetiva entrada em vigor. Segundo Trump, o prazo de 1º de agosto para aplicação das tarifas permanece firme e sem possibilidade de adiamento, inclusive para outros acordos bilaterais em curso.