A Selic foi ajustada para 13,25% ao ano em janeiro de 2025, dando continuidade ao ciclo de alta iniciado pelo BC em setembro do ano anterior FOTO: Agência Brasil

As expectativas para a inflação brasileira ao fim de 2025 pararam de subir, após 19 semanas consecutivas de revisões para cima. De acordo com dados do Boletim Focus, publicado pelo Banco Central (BC) nesta quarta-feira (5), a previsão para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou estacionada em 5,65%, um valor acima do limite da meta perseguida pela autoridade monetária.

A pausa na alta das expectativas foi observada também para os anos seguintes. A projeção para 2026 permaneceu em 4,4%, marcando a primeira interrupção na elevação das previsões em nove semanas. O BC tem como meta para a inflação 3%, com uma tolerância de 1,5 pontos percentuais para cima (4,5%) ou para baixo (1,5%).

O IPCA, que registrou uma alta de 4,83% em 2024, também ficou acima do limite superior da meta do BC. Para 2027, o mercado prevê uma inflação de 4%, enquanto em 2028 a expectativa é de 3,75%.

Taxa de juros e perspectivas econômicas

No que diz respeito aos juros, os analistas mantiveram a previsão para a taxa Selic em 15% ao ano até o fim de 2025 e de 12,5% para 2026. Esse foi o oitavo levantamento consecutivo em que o mercado manteve as estimativas para este ano, com as previsões para 2026 sendo igualmente estáveis pela quinta semana consecutiva.

A Selic foi ajustada para 13,25% ao ano em janeiro de 2025, dando continuidade ao ciclo de alta iniciado pelo BC em setembro do ano anterior, quando a taxa estava em 10,5%. O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC se reunirá novamente entre os dias 18 e 19 de março, com expectativas de mais uma elevação de 1 ponto percentual. Para 2027 e 2028, as projeções indicam taxas de 10,5% e 10%, respectivamente.

Crescimento econômico e dólar

As projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2025 e 2026 também se mantiveram estáveis. As instituições financeiras consultadas pelo Banco Central estimam uma expansão de 2,01% para este ano e de 1,7% para 2026. Para os anos seguintes, as previsões são de uma alta de 2% em 2027 e 2028.

Em relação ao dólar, a expectativa para o final de 2025 permanece em R$ 5,99, mesmo valor da semana passada. Para o ano seguinte, o mercado prevê a moeda norte-americana cotada a R$ 6,00. Já para 2027 e 2028, a projeção do mercado aponta para um dólar a R$ 5,90.

Com um cenário inflacionário ainda acima das metas do Banco Central e uma perspectiva de crescimento econômico moderado, a economia brasileira segue em um momento de ajustes, com uma política monetária restritiva e expectativas cautelosas quanto à evolução dos principais indicadores macroeconômicos.