O Ceará consolida, ao longo de 2025, uma trajetória consistente de recuperação no comércio exterior. No acumulado até novembro, as exportações do Estado avançaram 51% em relação ao mesmo período de 2024, enquanto as importações recuaram 11,6%. O resultado foi uma expressiva redução do déficit comercial, que alcançou US$ 465,2 milhões negativos – melhora próxima de 70% na comparação anual. Os dados constam na edição de novembro do relatório Ceará em Comex, elaborado pelo Centro Internacional de Negócios (CIN) da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC).

Placas de aço produzidas pela ArcelorMittal Pecém se destacam na pauta exportadora cearense, de acordo com o levantamento realizado pelo CIN                                                    Foto: George Lucas/FIEC

Atualmente, 69 municípios cearenses registram operações de exportação. Segundo o levantamento, o desempenho positivo foi impulsionado sobretudo pela siderurgia e pela expansão de cadeias agroindustriais estratégicas, com destaque para frutas, ceras vegetais, castanha de caju e preparações alimentícias.

Os Estados Unidos permanecem como principal destino das vendas externas, concentrando 47,5% do total exportado no ano – dado que evidencia a relevância do mercado norte-americano e a necessidade de monitoramento das cadeias mais expostas. Ainda assim, entre os 148 países compradores de produtos cearenses, o relatório aponta crescimento expressivo das exportações para o México (184%), Itália (119,9%) e Reino Unido (103,2%).

No recorte mensal, as exportações de novembro somaram US$ 191 milhões, representando alta de 95,1% em relação ao mesmo mês de 2024. Na comparação com outubro, houve retração de 11,7%. De acordo com o estudo, o movimento reflete “um ajuste natural após o pico registrado em outubro, mantendo, contudo, desempenho elevado na comparação anual, especialmente nos setores de ferro e aço, frutas, ceras vegetais e preparações hortícolas”.

Movimentações relevantes

No campo das importações, novembro registrou US$ 208,2 milhões em compras externas, com queda de 0,9% frente ao mês anterior e de 10,6% na comparação anual. No acumulado do ano, a pauta permaneceu concentrada em combustíveis minerais, ferro e aço, produtos químicos orgânicos e máquinas e aparelhos elétricos. O relatório também destaca crescimento nas importações de adubos e fertilizantes, acompanhando a expansão da demanda agrícola.

Conforme o levantamento do CIN, o Ceará manteve a 17ª posição no ranking nacional de estados exportadores, ampliando sua participação nas vendas externas brasileiras para 0,65%, ante 0,44% em 2024. No cenário regional, o Estado respondeu por 9,02% das exportações do Nordeste – acima dos 5,94% registrados no ano anterior -, consolidando-se como o quarto maior exportador da região.