Eli Lilly
Fabricante do Mounjaro se torna a primeira farmacêutica trilionária do mundo
Por Redação - Em 22/11/2025 às 12:01 AM

Hoje, a Eli Lilly volta a ser vista como candidata ao grupo das empresas mais influentes da bolsa americana
A Eli Lilly alcançou nessa sexta-feira (21) um marco inédito na indústria farmacêutica ao superar o valor de mercado de US$ 1 trilhão. O avanço coloca a companhia em um grupo dominado por gigantes da tecnologia e reflete a força do mercado global de medicamentos para perda de peso.
A disparada das ações da Lilly, que acumulam alta de mais de 35% no ano, está diretamente ligada à demanda crescente por tratamentos contra obesidade. Nos últimos dois anos, essa categoria se transformou em uma das mais rentáveis da área de saúde, graças ao desempenho de fármacos como Mounjaro e Zepbound, ambos à base de tirzepatida. Somados, eles já superam o Keytruda, da Merck, e ocupam o posto de medicamentos mais vendidos do mundo.
A concorrente Novo Nordisk inaugurou o segmento com o Wegovy, mas enfrentou dificuldades de fornecimento no seu lançamento, o que abriu espaço para a Lilly tomar a frente, apoiada em maior eficácia clínica dos seus produtos e em uma expansão mais rápida da capacidade de produção e distribuição.
O mercado financeiro acompanha esse movimento de perto. Hoje, as ações da Lilly são negociadas a múltiplos elevados, cerca de 50 vezes o lucro projetado para os próximos 12 meses, um sinal de que investidores enxergam demanda duradoura pelos medicamentos GLP-1. Desde o lançamento do Zepbound, no fim de 2023, a farmacêutica já acumulou valorização superior a 75%, superando o desempenho do índice S&P 500 no mesmo período.
No último trimestre, os medicamentos para obesidade e diabetes somaram mais de US$ 10 bilhões em receita, representando mais da metade do faturamento total da empresa. Em outubro, a Lilly elevou sua projeção anual em mais de US$ 2 bilhões, impulsionada pelo crescimento global da procura.
As estimativas de Wall Street sugerem que o mercado de tratamentos para perda de peso poderá alcançar US$ 150 bilhões até 2030, com Lilly e Novo Nordisk dominando a maior parte desse volume. O próximo foco dos investidores é o orforglipron, o primeiro medicamento oral para obesidade da Lilly, que pode receber aprovação regulatória já no próximo ano.
A empresa também deve se beneficiar de acordos recentes com o governo do presidente Donald Trump, que ampliam o acesso a terapias contra obesidade nos Estados Unidos. Embora isso possa pressionar receitas no curto prazo, analistas destacam que o potencial de expansão do mercado é significativo, com até 40 milhões de novos pacientes elegíveis.
Especialistas como James Shin, do Deutsche Bank, afirmam que a Lilly volta a ser vista como candidata ao grupo das empresas mais influentes da bolsa americana, competindo em prestígio com grandes nomes da tecnologia. Ainda assim, o mercado segue atento a possíveis pressões sobre preços, margens e capacidade de expansão da companhia.
O desafio da Lilly agora é manter o ritmo que a levou ao clube do trilhão, um patamar até então inatingível para uma farmacêutica.
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