linha de ação
FIEC propõe medidas contra tarifaço e apresenta plano para proteger exportações do Ceará
Por Marlyana Lima - Em 06/08/2025 às 6:58 PM

Amílcar Silveira, presidente da FAEC e Ricardo Cavalcante, presidente da FIEC participaram de entrevista coletiva – Foto George Lucas
Diante dos impactos gerados pelo novo pacote tarifário imposto pelos Estados Unidos, a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) apresentou nesta quarta-feira (6) um plano de ação emergencial para mitigar os prejuízos sobre a economia cearense. A proposta foi detalhada em coletiva de imprensa pelo presidente da FIEC, Ricardo Cavalcante, com a presença de Amílcar Silveira, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (FAEC).
As medidas norte-americanas elevam significativamente as tarifas de importação de diversos produtos brasileiros, com forte incidência sobre a pauta exportadora cearense.
“Enquanto o Brasil é taxado em 50%, o Vietnã, que exporta castanha de caju, está entrando com 25% e tomando mercado. A luta que o Ceará travou para alcançar 50% das exportações para os EUA, nenhum outro estado conseguiu. Isso precisa ser defendido com firmeza”, declarou Ricardo Cavalcante.
Ceará é o mais exposto ao tarifaço
Com 51,9% de suas exportações destinadas ao mercado norte-americano, o Ceará é proporcionalmente o estado mais impactado pelas novas tarifas. Apenas no primeiro semestre de 2025, o estado exportou mais de US$ 556 milhões para os EUA, incluindo produtos como aço, pescados, cera de carnaúba, castanha de caju, água de coco, calçados e mel.
Diante do forte impacto, a FIEC elaborou e apresentou um conjunto de propostas divididas em duas frentes: No âmbito federal, as medidas propostas incluem:
Criação de uma “hardcota” (cota fixa) para o aço brasileiro;
Retorno da alíquota mínima de 3% do REINTEGRA;
Pagamento imediato de créditos presumidos de IPI e da Lei Kandir;
Prorrogação de regimes especiais de drawback, com inclusão de insumos secundários;
Linha de crédito para exportações, com contratos ACC/ACE;
Prorrogação de empréstimos e capital de giro com subsídio.

Ricardo Cavalcante apresentou propostas e analisou o cenário atual diante do tarifaço
Seguindo a mesma linha de ação, no âmbito estadual, as propostas são: o pagamento direto dos créditos de ICMS da Lei Kandir, sem deságio; Redução para 0,01% da alíquota de ICMS dos Fundos e Encargos para setores afetados, entre agosto e dezembro de 2025; Compra prioritária de produtos cearenses no programa Ceará Sem Fome, com foco em pescados, mel, água de coco e castanha.
Diplomacia com foco regional
A FIEC também propôs uma estratégia diplomática voltada para os produtos típicos do Nordeste, buscando a exclusão de itens como cera de carnaúba, castanha de caju, água de coco, pescados e calçados da lista de sobretaxas. A justificativa é a baixa concorrência desses produtos com o mercado interno americano e sua importância econômica e social para o Ceará.
“Estamos falando de milhares de empregos e da sustentabilidade econômica de diversas cadeias produtivas no estado”, alertou Ricardo Cavalcante, ao reforçar a urgência de uma articulação política nacional que garanta a proteção da produção local.
Propostas levadas a Brasília
Nesta quinta-feira, dia 7, o governador do Ceará, Elmano de Freitas, participará de uma nova reunião com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, em Brasília, para discutir maneiras de implementar o plano de ação emergencial anunciado pelo governo estadual.
O encontro também tem o propósito de alinhar ações conjuntas com o governo federal. Detalhes como os valores do auxílio às empresas cearenses atingidas ainda serão definidos e oficializados em decreto, após essa segunda rodada de conversas. Também irão a Brasília os representantes da Procuradoria-Geral do Estado (PGE), Secretaria da Fazenda (Sefaz) e Secretaria do Desenvolvimento Econômico.
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