IMPACTOS NA ECONOMIA
Fortaleza obtém receita de quase R$ 1 bi com o turismo de eventos em 2024
Por Marcelo Cabral - Em 19/08/2025 às 11:54 AM

CEC é um diferencial relevante para grandes eventos no Estado Fotos: Douglas Filho/Portal IN
Fortaleza reafirma sua posição como um dos destinos mais relevantes do Brasil para congressos, feiras e competições esportivas. Em 2024, o setor de turismo de eventos movimentou cerca de R$ 1 bilhão, segundo o Relatório de Impacto Econômico do Turismo de Eventos em Fortaleza. O levantamento foi realizado em parceria envolvendo a Secretaria Municipal do Turismo (Setfor), o Visite Ceará – Convention & Visitors Bureau e a Universidade de Fortaleza (Unifor).
O estudo, que avaliou 15 eventos ao longo do ano, baseou-se em entrevistas com 1.079 participantes, representando um público superior a 39 mil pessoas. Os dados revelam um total de 2.391 eventos realizados em nove equipamentos da cidade, reunindo 414.652 participantes – dos quais 63% eram turistas, o equivalente a mais de 261 mil visitantes. Vale lembrar que o Centro de Eventos do Ceará (CEC) é um diferencial atrativo do Estado nas regiões Norte e Nordeste.
Estas pessoas permaneceram, em média, 4,8 dias em Fortaleza, com um gasto total de R$ 3.732,86, ou R$ 777,67 diários, fazendo com que no ano todo o impacto gerado em 2024 tenha sido de R$ 975 milhões. A maior fatia desse orçamento foi destinada a hospedagem (38,5%), seguida de alimentação (22,8%), compras (15,1%) e entretenimento (13,3%).
Impacto ainda mais abrangente
O impacto econômico reverberou em diversos setores: o Valor Bruto da Produção (VBP) alcançou R$ 1,32 bilhão, enquanto o Valor Adicionado Bruto (VAB) – próximo ao conceito de PIB – foi de R$ 753,77 milhões. A arrecadação tributária chegou à cifra dos R$ 107,57 milhões e a massa salarial atingiu R$ 342,73 milhões. Estima-se que 114,2 mil empregos, formais e informais, tenham sido gerados direta ou indiretamente.
“Os dados reforçam aquilo que vivenciamos diariamente: o turismo de eventos é um motor estratégico para a economia de Fortaleza. Eles movimentam uma cadeia ampla de serviços, geram emprego e fortalecem a imagem da cidade como destino competitivo. A parceria entre setor público, iniciativa privada e academia tem sido essencial para construir esse ambiente favorável, e nós seguimos comprometidos em ampliar essa atuação, conectando oportunidades e promovendo um crescimento sustentável para o setor”, afirma Suemy Vasconcelos, diretora-executiva do Visite Ceará.

Representantes do trade turístico comemoram os resultados do setor em 2024 Foto: Rogério Felipe
Perfil dos visitantes
O estudo também traçou o perfil do público: 59% eram mulheres, majoritariamente na faixa etária de 25 a 44 anos. Mais da metade tinha ensino superior completo (52,5%), e um em cada cinco possuía pós-graduação. Além disso, 50,8% declararam renda superior a quatro salários mínimos. A hospitalidade local foi um fator determinante: 63,5% optaram por hotéis ou flats, e 59,8% chegaram à cidade de avião. Para deslocamentos urbanos, o transporte por aplicativo foi o preferido (63,7%).
A origem dos visitantes foi predominantemente nacional (96,7%), com destaque para os públicos do Nordeste (52,5%) e Sudeste (28,8%). Entre as capitais emissoras, São Paulo, Natal, Rio de Janeiro, Recife e São Luís lideraram. Apenas 3,3% eram estrangeiros, com presença marcante de norte-americanos, portugueses, argentinos e angolanos.
Serviços e avaliação
Os serviços da cidade receberam avaliação positiva. Sinalização turística (59,8%), limpeza urbana (67,5%) e telecomunicações (57,9%) foram os itens de infraestrutura mais bem avaliados. Já entre os serviços turísticos, destacaram-se preços (65,7%), comércio (58,1%) e hospedagem (53,2%). A segurança nos eventos foi considerada boa por 48,7% e excelente por 41,2%.
“A pesquisa mostra a importância estratégica desse segmento para a economia da cidade e do Ceará. Ao contrário do turista que vem exclusivamente a lazer, o visitante que participa de congressos, feiras e encontros tem um perfil diferenciado, um poder aquisitivo médio maior, gastando mais em hospedagem, alimentação, transporte e comércio. Além disso, muitas vezes ele estende a sua estadia para vivenciar também experiências de lazer. Esse comportamento amplia significativamente o impacto econômico, com maior geração de renda para diversas atividades econômicas, com aumento do PIB e incremento na arrecadação de tributos”, ressalta Nicolino Trompieri Neto, professor da Unifor.
Um dado interessante observado no estudo foi a extensão da sua permanência na capital cearense: metade dos turistas ficou um período a mais na cidade após os eventos, sendo o lazer o principal motivo para 76% deles. Entre os destinos mais procurados por estes visitantes, fora da Capital, despontam Jericoacoara, Beberibe e Canoa Quebrada.
Estratégia de futuro
Além de mensurar os resultados econômicos, o relatório aponta caminhos para fortalecer o setor. Ampliação da captação de eventos internacionais, integração de pacotes de negócios e lazer, investimentos em qualificação de serviços e intensificação do marketing digital em mercados estratégicos, sobretudo nas regiões Nordeste e Sudeste, são alguns deles.

FIEC Summit atrai milhares de visitantes do Brasil e exterior, devido ao alto nível de seus debates
Mais notícias
Impacto econômico




























