PRESIDENTE DO BC

Galípolo diz que nova política habitacional é primeiro passo para modernizar financiamento imobiliário

Por Redação - Em 10/10/2025 às 10:57 PM

Gabriel Galípolo, Banco Central Foto Agência Brasil

Segundo o presidente do BC, a mudança é uma resposta ao enfraquecimento da poupança, tradicional fonte de recursos para o crédito imobiliário FOTO: Agência Brasil

O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, afirmou, nesta sexta-feira (10), em evento na capital paulista, que a nova política habitacional do governo federal representa o primeiro passo para a transição do modelo de financiamento imobiliário no país.

“Damos hoje o primeiro passo, ainda utilizando recursos da poupança, mas a partir deles endereçando uma série de questões estruturais”, declarou Galípolo, destacando que a medida busca combinar os recursos da poupança com instrumentos de mercado para ampliar a oferta de crédito e dar mais estabilidade ao setor.

Segundo o presidente do BC, a mudança é uma resposta ao enfraquecimento da poupança, tradicional fonte de recursos para o crédito imobiliário. Ele observou que, com o avanço da educação financeira e a diversificação de produtos de investimento, é natural que a atratividade da poupança diminua — o que exige novos mecanismos de financiamento.

A nova política, lançada pelo governo federal, é voltada à classe média, atendendo famílias com renda entre R$ 12 mil e R$ 20 mil. A proposta liberará gradualmente parte dos recursos do compulsório do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo), ampliando a capacidade dos bancos de conceder crédito imobiliário.

Atualmente, 65% dos valores captados na poupança devem ser aplicados em crédito imobiliário, 15% podem ser usados livremente e 20% permanecem retidos no Banco Central. A nova regra prevê uma liberação inicial de 5% do compulsório ainda neste ano, com a expectativa de liberação total até 2027.

Durante as discussões da proposta, representantes do setor imobiliário pediram uma transição gradual para evitar impactos no mercado. Segundo estimativas, o SBPE movimenta cerca de R$ 750 bilhões, o que pode resultar em uma injeção inicial de R$ 35 bilhões na economia e até R$ 150 bilhões quando a nova política estiver plenamente em vigor.

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