Os serviços de nuvem do Google já atendem nove dos dez maiores laboratórios de inovação do mundo. A empresa negocia para que parte dessa estrutura passe a ser hospedada no Brasil

O presidente global do Google Cloud, Thomas Kurian, afirmou que as condições de energia limpa e competitiva tornam o Brasil um candidato natural a centro de treinamento de modelos de inteligência artificial. Segundo ele, a empresa avalia a demanda de clientes internacionais para usar data centers instalados no país.

Na última quarta-feira (10), o Google anunciou a inclusão dos chips TPU Trillium em sua infraestrutura em São Paulo. A tecnologia, desenvolvida pela companhia, é voltada ao processamento de IA e permitirá que aplicações sejam executadas localmente, reduzindo latência e atendendo a eventuais exigências regulatórias.

Kurian destacou que os serviços de nuvem do Google já são usados por nove dos dez maiores laboratórios de inovação do mundo, que podem escolher onde manter seus dados. “Estamos em discussões para que parte dessa nuvem seja hospedada no Brasil”, afirmou.

O executivo também apresentou avanços em ferramentas de mídia generativa, como soluções para criação de imagens, áudios e vídeos. Entre os exemplos está o Chirp, sistema que produz vozes personalizadas usadas em centrais de atendimento, permitindo que empresas tenham uma “voz própria de marca”.

Além disso, organizações brasileiras poderão utilizar o modelo de linguagem Gemini 2.5 em seus próprios data centers, preservando dados sensíveis e mantendo desempenho. A estatal Serpro já opera com essa configuração. O formato também atrai empresas privadas, especialmente das áreas de saúde e finanças, interessadas em maior confidencialidade no uso da tecnologia.