Segundo o ministro do Turismo, Celso Sabino, a proposta ainda caminha sem cronograma definido Foto: Roberto Castro/Ministério Do Turismo

A aviação regional voltou ao centro do debate econômico com a possibilidade, ainda embrionária, de criação de uma companhia aérea estatal para o Nordeste. A proposta, segundo o ministro do Turismo, Celso Sabino, está sendo discutida dentro do Consórcio Nordeste como resposta à escassez de voos regionais e à retração de empresas como a Voepass, que suspendeu suas operações recentemente.

A iniciativa foi mencionada na segunda-feira (19), durante coletiva de imprensa no Museu do Amanhã (RJ), após a abertura do Visit Brasil Summit. Embora o foco atual do consórcio regional esteja voltado ao transporte ferroviário e marítimo — que movimentaram mais de 118 milhões de passageiros, segundo dados do governo —, a entrada no setor aéreo passou a ser considerada diante das lacunas deixadas por operadoras privadas.

A fala de Sabino ocorre em meio a especulações sobre a saúde financeira da Azul Linhas Aéreas, mas o ministro descartou qualquer apoio direto a empresas específicas. “O governo não socorre uma companhia aérea como não socorre um comércio privado. Nossa prioridade é fortalecer o setor como um todo”, pontuou.

Crédito, concorrência e novos rumos

Entre as medidas em estudo, está o uso do Fundo Nacional da Aviação Civil (FNAC) como garantia para concessão de crédito a operadoras, com o objetivo de reduzir riscos e atrair novos investimentos. Também há esforços para avançar na abertura do mercado prevista pela nova Lei Geral do Turismo, que busca estimular a concorrência e facilitar o ingresso de novos players no setor.

A proposta de uma estatal aérea regional ainda caminha sem cronograma definido, mas abre uma frente de discussão que pode remodelar a malha aérea nordestina — uma das mais sensíveis à concentração de mercado no país. (Com informações do Panrotas)