Apesar de a receita líquida ter registrado crescimento real de 3,9%, as despesas avançaram 28,3%

O governo central – que reúne Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social – encerrou julho de 2025 com déficit primário de R$ 59,1 bilhões, informou o Tesouro nesta quinta-feira (28). O resultado foi influenciado principalmente pelo pagamento concentrado de precatórios.

O saldo negativo superou a expectativa do mercado, cuja mediana das projeções do Prisma Fiscal apontava para um déficit de R$ 49 bilhões. No mesmo mês de 2024, o rombo havia sido de R$ 8,9 bilhões. Em valores corrigidos pela inflação, trata-se do segundo pior desempenho da série histórica para julho.

Apesar de a receita líquida ter registrado crescimento real de 3,9%, as despesas avançaram 28,3% em relação a julho do ano passado. Entre os gastos que mais pressionaram as contas estão os precatórios (+R$ 35,6 bilhões) e os benefícios previdenciários (+R$ 20,7 bilhões). Segundo o Tesouro, o pagamento dos precatórios ficou concentrado neste ano, o que explica parte do salto.

No acumulado de 2025, o déficit primário do governo central soma R$ 70,3 bilhões, número um pouco menor que o registrado no mesmo período de 2024 (R$ 76,2 bilhões). A meta definida pelo arcabouço fiscal para este ano é de déficit zero, com margem de tolerância de até 0,25 ponto percentual do PIB (cerca de R$ 30 bilhões).