Fábrica da Grendene em Sobral – Foto: Divulgação

O desempenho externo foi puxado, sobretudo, pela Melissa, que, segundo a companhia, ampliou significativamente sua receita no exterior, reforçando o sucesso da estratégia de internacionalização e seu posicionamento como marca premium.

Atenção às novas tarifas

Apesar dos números positivos, a Grendene acompanha com cautela o impacto da tarifa de 50% sobre exportações brasileiras, que atinge também o setor calçadista. No Ceará, os calçados representam 10% da pauta exportadora e são o segundo principal produto vendido ao exterior, atrás apenas de ferro e aço.

A companhia afirma que apenas “uma parcela modesta” da produção é destinada aos Estados Unidos, mas avalia que medida altera o ambiente competitivo.

No cenário doméstico, a receita bruta cresceu 13%. Já nas exportações, mesmo com o volume praticamente estável, a elevação no preço médio e o fortalecimento das marcas impulsionaram o faturamento. A Grendene também sinaliza que outros mercados “mais previsíveis” entrarão no radar de vendas externas, como parte da estratégia para reduzir a exposição a riscos comerciais.

O polo industrial de Sobral, onde está concentrada a maior parte da produção, segue como referência no país. O município é responsável por 16% da produção nacional de calçados, e o Ceará responde por 25% dessa fatia.