Entre os terminais disputados, o Aeroporto Comandante Ariston Pessoa, porta de entrada de Jericoacoara, foi o único que registrou concorrência

A primeira rodada de concessões do Programa AmpliAr redefiniu o mapa da aviação regional brasileira nesta quinta-feira (27) ao transferir para a iniciativa privada 12 aeroportos localizados no Nordeste, Norte e Centro-Oeste. O leilão, realizado na B3, em São Paulo, atraiu propostas apenas da Concessionária Internacional do Aeroporto de Guarulhos (GRU Airport), que assumirá a gestão da maior parte dos ativos ofertados.

O AmpliAr integra a estratégia federal de modernização de até 100 terminais em todo o País, com foco em ampliar a conectividade aérea, atrair novas rotas e garantir infraestrutura capaz de receber aeronaves de maior porte. Nesta primeira etapa, três grupos compareceram ao certame — GRU Airport, Fraport e PRS Aeroportos — mas apenas a concessionária de Guarulhos apresentou propostas efetivas.

Entre os terminais disputados, o Aeroporto Comandante Ariston Pessoa, porta de entrada de Jericoacoara (CE), foi o único que registrou concorrência, mas acabou arrematado pela GRU Airport com a mesma oferta apresentada para os demais ativos. Outro aeroporto cearense incluído no pacote é o de Canoa Quebrada, em Aracati, importante para o turismo no Litoral Leste.

A lista completa dos terminais que passarão para a gestão da concessionária inclui ainda aeroportos da Bahia, Pernambuco, Maranhão, Mato Grosso, Rondônia e Tocantins. Somados, os investimentos previstos chegam a R$ 630 milhões — média superior a R$ 50 milhões por aeroporto. Paulo Afonso (BA) concentra a maior parcela dos aportes, com expectativa de mais de R$ 100 milhões em melhorias.

As intervenções contemplam ampliação de pistas, modernização de terminais de passageiros e adequações para operações com jatos, o que pode favorecer a entrada de novas companhias aéreas e atrair maior fluxo de turistas e viajantes regionais. A GRU Airport também assumirá três aeroportos que já possuem voos comerciais regulares, caso de Garanhuns (PE), Araripina (PE) e Horácio de Mattos, em Lençóis (BA).

Apesar da expectativa inicial de conceder 19 ativos, seis aeroportos — todos concentrados na Amazônia Legal — não receberam propostas. Entre eles estão Parintins (AM), Tarauacá (AC) e Itacoatiara (AM), que permanecerão elegíveis para etapas futuras do programa.

Com a conclusão desta primeira rodada, o governo avalia que o desempenho do leilão servirá como termômetro para as próximas fases do AmpliAr, que prometem ampliar a participação privada e impulsionar uma rede de aeroportos regionais mais integrada e moderna em todo o Brasil.