Apesar das perdas, a Honda revisou para baixo sua estimativa de impacto tarifário para o ano fiscal: de 650 bilhões de ienes para 450 bilhões

A Honda Motor registrou prejuízo no segmento de automóveis no trimestre encerrado em junho, pressionada pelas tarifas comerciais e mudanças ambientais adotadas pelos Estados Unidos. Segundo a montadora, o impacto direto das tarifas impostas pelo governo Trump somou 125 bilhões de ienes (cerca de US$ 850 milhões) — um dos maiores já relatados pelo setor automotivo.

Além disso, a empresa contabilizou 113 bilhões de ienes (US$ 765 milhões) em perdas ligadas ao programa de veículos elétricos, reflexo do fim de incentivos fiscais e da revogação de penalidades por emissões, também determinados pela nova política americana.

Apesar das perdas, a Honda revisou para baixo sua estimativa de impacto tarifário para o ano fiscal: de 650 bilhões de ienes para 450 bilhões (US$ 3,05 bilhões), considerando a manutenção da tarifa de 25% sobre veículos importados do Canadá e México.

Para contornar os custos, a montadora avalia ampliar a produção nos EUA com turnos adicionais e maior uso de peças fabricadas localmente, segundo o CFO Eiji Fujimura.

O desempenho das motocicletas — especialmente na América Latina — sustentou o lucro operacional da empresa, que chegou a 244 bilhões de ienes (US$ 1,65 bilhão) no trimestre. As ações da Honda subiram 1,52% na Bolsa de Tóquio após o anúncio.