CONTAGEM REGRESSIVA

IA, automação e Clean Core redefinem os ambientes de gestão das corporações

Por Marcelo Cabral - Em 24/12/2025 às 11:57 AM

Às vésperas do fim do suporte ao SAP ECC, previsto para 2027, as empresas brasileiras entram em 2026 sob forte pressão para modernizar seus ambientes de gestão. A postergação dessa agenda, alerta o mercado, amplia custos, riscos operacionais e perda de competitividade. Diante desse cenário, abordagens tradicionais, baseadas em análises manuais e longos cronogramas, cedem espaço a modelos orientados por automação e inteligência artificial.

Guilherme Joventino e Paulo Secco alertam para a atualização de sistemas

A adoção combinada dessas tecnologias permite reduzir incertezas, antecipar impactos e simplificar tarefas que antes exigiam meses de trabalho, transformando a modernização do SAP em um processo contínuo, previsível e guiado por dados. A avaliação é de que 2026 marcará o fim de alguns procedimentos equivocados. “Creio que 2026 será o ano em que as organizações vão parar de adiar decisões estruturais. Manter sistemas como eram há dez anos simplesmente deixou de ser sustentável”, afirma Paulo Secco, CEO da Mignow.

A partir da experiência internacional e de tendências globais, seis movimentos estratégicos despontam como determinantes. Entre eles, a migração de arquiteturas monolíticas para modelos mais simples e componíveis, com o SAP S/4HANA como núcleo transacional e inovação concentrada em camadas flexíveis; a consolidação do conceito de Clean Core aliado à estratégia cloud-first, reduzindo customizações, dívida técnica e custos operacionais; e a incorporação da inteligência artificial generativa ao cotidiano da operação, do suporte e do desenvolvimento.

Nesse contexto, a IA deixa de ser acessória e passa a automatizar análises, documentação, testes e priorização de incidentes, elevando produtividade e segurança. Assistentes inteligentes ganham protagonismo ao permitir interação em linguagem natural e execução integrada de processos, acelerando decisões e entregas.

A automação inteligente também se firma como base da governança moderna, com atualizações contínuas, testes automatizados, auditorias preditivas e janelas de indisponibilidade cada vez menores. Paralelamente, a agenda ESG avança para dentro do ERP, integrando monitoramento ambiental, compliance e relatórios regulatórios ao núcleo operacional das empresas. “Automação deixou de ser eficiência. Ela virou governança, sem automação não existe ciclo seguro de mudança”, reforça Guilherme Joventino, COO e cofundador da Mignow.

O encerramento do ECC, somado ao avanço da IA, das arquiteturas flexíveis e da governança digital, cria um ponto de inflexão decisivo. Para grandes organizações, adiar a modernização significa ampliar riscos e comprometer o futuro. Simplificar, automatizar e atualizar agora passa a ser não apenas uma escolha tecnológica, mas uma estratégia de sobrevivência competitiva.

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