O movimento reflete uma normalização nas liberações alfandegárias e a retomada das operações das plantas de esmagamento no país asiático

As importações chinesas de soja atingiram um patamar histórico em maio, totalizando 13,92 milhões de toneladas, mais que o dobro do volume registrado em abril. O salto foi impulsionado principalmente pelas compras do Brasil, que forneceu 12,11 milhões de toneladas — um aumento de 37,5% em relação ao mesmo mês de 2024, conforme dados divulgados nesta sexta-feira (20) pela Administração Geral de Alfândega da China.

O movimento reflete uma normalização nas liberações alfandegárias e a retomada das operações das plantas de esmagamento no país asiático. A recuperação nos volumes também contou com a chegada de embarques atrasados, segundo analistas, além do esforço chinês em diversificar os fornecedores diante de incertezas comerciais com os Estados Unidos.

Os EUA responderam por 1,63 milhão de toneladas no mês, 28,3% acima do registrado no ano anterior, e representaram 11,7% do total importado. Já a Argentina teve queda expressiva nas vendas, com apenas 111 mil toneladas no acumulado do ano e nenhuma chegada em maio.

Entre janeiro e maio, o Brasil exportou 21,25 milhões de toneladas para a China — recuo de 14% em relação a 2024, devido a atrasos na colheita. Em contrapartida, os embarques norte-americanos cresceram 34,3% no mesmo período, alcançando 14,57 milhões de toneladas.

Analistas projetam que as importações seguirão fortes no terceiro trimestre, mas alertam que os volumes do final do ano dependerão do rumo das negociações comerciais entre Pequim e Washington.