IRPF
Impostos e bilionários: mudanças podem impactar os mais ricos
Por Redação - Em 23/05/2025 às 6:00 AM

Apenas 2,54% do total arrecadado pelo Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) vem dos 141 mil contribuintes mais ricos do Brasil.
Dados do governo mostram que apenas 2,54% do total arrecadado pelo Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) vem dos 141 mil contribuintes mais ricos do Brasil. Isso ocorre porque grande parte da renda dos super-ricos vem de dividendos e lucros, que atualmente são isentos de tributação no país.
Pesquisa do economista Sérgio Wulff Gobetti, divulgada pelo Ipea, revela que quem ganha mais paga proporcionalmente menos imposto. Por exemplo, a alíquota efetiva de quem recebe R$ 8 milhões por ano é de cerca de 13%, similar à de alguém que ganha R$ 72 mil anuais. Entre os 0,1% mais ricos, a alíquota média é de 13,2%, e entre o 1% superior, apenas 0,7 ponto percentual a mais do que a maioria dos contribuintes.
Com o prazo para entrega da declaração se aproximando, tramita no Congresso o Projeto de Lei (PL) 1.087/2025, que propõe aumentar a tributação dos que ganham mais de R$ 600 mil por ano. A ideia é cobrar até 10% a mais sobre essa faixa de renda e taxar dividendos acima de R$ 50 mil mensais com 10% de imposto retido na fonte. A medida busca compensar a isenção para quem ganha até R$ 5 mil mensais, beneficiando cerca de 10 milhões de pessoas.
Especialistas apontam avanços, mas criticam a falta de progressividade adequada no projeto, que não diferencia suficientemente os super-ricos — os 0,01% com ganhos muito superiores aos 1% mais ricos. Além disso, o PL não corrige a tabela do IR pela inflação nem inclui tributação sobre o patrimônio acumulado, pontos importantes para uma reforma mais justa.
A discussão sobre como tributar grandes fortunas no Brasil dura décadas, mas ainda depende de definições políticas e técnicas complexas. A proposta atual é um passo, mas ainda longe de enfrentar as desigualdades fiscais do país.
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