Dra. Isadora Machado destaca vários problemas da síndrome para as pessoas                Foto: Divulgação

Pouco conhecida pelo grande público, mas cada vez mais observada por especialistas em saúde integrativa, a Síndrome do Intestino Permeável – ou ‘Leaky Gut’, em inglês – tem despertado atenção por seu impacto abrangente sobre a digestão, o sistema imunológico e até o equilíbrio emocional. A condição ocorre quando a barreira intestinal, que normalmente atua como um filtro seletivo, perde sua integridade e se torna excessivamente permeável.

Com isso, substâncias indesejadas como toxinas, micro-organismos e partículas alimentares mal digeridas atravessam a parede intestinal e alcançam a corrente sanguínea, desencadeando reações inflamatórias em diferentes áreas do organismo. “É como se o intestino, em vez de agir como um escudo protetor, passasse a funcionar como uma porta aberta para agentes que deveriam ser bloqueados”, explica a médica Isadora Machado, que atua em saúde integrativa.

Sintomas sutis, efeitos profundos

A manifestação clínica da síndrome é frequentemente difusa e pode ser confundida com outras condições. Dores abdominais, distensão, gases, constipação ou diarreia, fadiga persistente, dores articulares, enxaquecas, reações alérgicas e até alterações na pele são alguns dos sinais associados ao quadro. Em estágios mais avançados, a permeabilidade intestinal pode estar ligada ao surgimento de doenças autoimunes e distúrbios imunológicos.

Segundo a médica, diversos fatores podem contribuir para o surgimento ou agravamento da condição, incluindo hábitos alimentares inadequados, estresse crônico, uso recorrente de medicamentos como antibióticos e anti-inflamatórios, além de desequilíbrios na microbiota intestinal. “Embora o diagnóstico ainda represente um desafio, cresce o número de profissionais atentos aos sinais clínicos e à importância de estratégias integrativas para o tratamento”, afirma Dra. Isadora.

Abordagem multidisciplinar e foco na regeneração

A recuperação da integridade intestinal exige uma abordagem abrangente. A dieta é o ponto de partida: alimentos com propriedades anti-inflamatórias, ricos em fibras e com baixo potencial alergênico tornam-se fundamentais. Além disso, suplementos como glutamina, zinco, ômega-3 e probióticos são frequentemente utilizados para promover a regeneração da mucosa intestinal e o equilíbrio da flora.

“Tratar o ‘Leaky Gut’ é tratar o corpo de forma sistêmica. Quando restauramos a função intestinal, notamos avanços significativos não apenas na digestão, mas também na imunidade e no bem-estar emocional”, conclui a médica Isadora Machado.