Infraestrutura Aérea

Leilões abrem nova fase para os aeroportos regionais do Ceará

Por Redação - Em 27/11/2025 às 12:01 AM

Entre os ativos ofertados nesta primeira etapa, dois aeroportos cearenses se destacam pelo papel estratégico no turismo e na integração regional: os aeroportos de Aracati e de Jericoacoara

O governo federal inicia, nesta quinta-feira (27), a primeira rodada de concessões do Programa AmpliAR, iniciativa que pretende redesenhar o mapa da aviação regional brasileira. Ao todo, 19 aeroportos da Amazônia Legal e do Nordeste serão ofertados em leilão na B3, em São Paulo, com expectativa de mobilizar R$ 1,25 bilhão em investimentos privados.

O AmpliAR é apontado pelo Ministério de Portos e Aeroportos como o maior esforço recente para modernizar a infraestrutura aérea fora dos grandes centros. A promessa é alcançar até 100 terminais ao longo das próximas fases, com potencial de investimentos que pode chegar a R$ 5,3 bilhões. Os contratos de concessão terão vigência de 30 anos e adotam regras simplificadas, voltadas a estimular a participação de empresas interessadas em operar aeroportos de menor porte.

Entre os ativos ofertados nesta primeira etapa, dois aeroportos cearenses se destacam pelo papel estratégico no turismo e na integração regional. O Aeroporto de Canoa Quebrada/Dragão do Mar, em Aracati, e o Aeroporto Comandante Ariston Pessoa, em Cruz – porta de entrada para Jericoacoara – são considerados fundamentais para sustentar a expansão do fluxo turístico no Litoral Leste e no Litoral Oeste do Estado. Ambos serão avaliados pelo mercado como potenciais hubs para aviação regional e para operações charter voltadas ao turismo internacional.

Além dos dois terminais do Ceará, compõem o portfólio aeroportos situados em outros nove Estados do Norte e do Nordeste, como Parintins (AM), Itaituba (PA), Serra Talhada (PE), São Raimundo Nonato (PI) e Barreirinhas (MA), distribuídos entre áreas de forte vocação turística ou que dependem da aviação para garantir conectividade básica.

Caso algum aeroporto não receba propostas, ele poderá ser reofertado em rodadas posteriores. O Tribunal de Contas da União já deu aval para que o AmpliAR siga incorporando outros 81 terminais públicos às próximas fases do programa.

A expectativa do governo é que, se plenamente executado, o AmpliAR represente o avanço mais robusto na aviação regional desde 2012, quando iniciativas semelhantes foram anunciadas, mas não chegaram a promover melhorias estruturais. Para além das concessões, cerca de 40 aeroportos permanecerão sob gestão da Infraero, com obras financiadas diretamente pelo orçamento federal.

Atualmente, boa parte dos aeródromos regionais opera com pistas curtas, estruturas defasadas e limitações técnicas que afastam companhias aéreas comerciais. A modernização desses ativos — em especial os localizados no Ceará, que têm peso direto no turismo e na economia local — é vista como essencial para reverter a perda de oferta de voos regionais, reduzir distâncias e conectar melhor o interior do País.

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