
Inovação financeira
LIFT do BC consolida papel de ponte entre inovação e capital com R$ 400 mi atraídos em oito anos
Por Anchieta Dantas Jr. - Em 06/05/2025 às 3:16 PM

Segundo Gabriel Galípolo, presidente do BC, o LIFT se firmou como uma das fontes mais relevantes de inovação no Sistema Financeiro Nacional
Em um país onde inovação no sistema financeiro deixou de ser promessa para virar modelo exportável, o Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas (LIFT), iniciativa do Banco Central, chega a 2025 com um marco relevante: 78 projetos acelerados ao longo de oito anos, sendo que mais de um terço deles captaram investimentos privados que, juntos, ultrapassam os R$ 400 milhões.
Os dados foram apresentados durante o LIFT Day, evento que celebra os resultados da iniciativa e projeta os próximos passos da agenda de inovação do BC, realizado na última semana de abril em São Paulo.
Da ideia à solução
Na abertura do encontro, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, foi direto: o LIFT não é apenas uma vitrine, mas um motor de transformação para o Sistema Financeiro Nacional. “Temos um ecossistema que une talentos, ideias e tecnologias e que já foi reconhecido internacionalmente por antecipar tendências e gerar impacto real”, afirmou.
A estrutura do programa se apoia em diferentes frentes: do LIFT Lab, voltado à incubação de ideias emergentes, ao LIFT Challenge, que explora tecnologias mais maduras — como as testadas no projeto piloto do Drex, a moeda digital do BC. Há ainda braços voltados à produção e disseminação de conhecimento, como o LIFT Papers e o LIFT Talks, que alimentam o setor com debates e artigos técnicos de alta relevância.
“Mais do que acelerar startups, o LIFT é uma plataforma de experimentação regulada que conecta desenvolvedores, acadêmicos e investidores em torno de soluções com potencial de impacto social”, disse Rodrigo Alves Teixeira, diretor de Administração do Banco Central.
Um dos casos mais concretos desse impacto é o Pix, cuja arquitetura e recursos de segurança receberam contribuições de projetos incubados no laboratório. Hoje, com mais de 158 milhões de chaves cadastradas, o Pix é exemplo de inovação de base pública que virou case mundial.
Nova frente verde
A novidade deste ano é o lançamento do LIFT Data, braço focado em soluções que usam dados públicos como insumo tecnológico. A primeira edição do programa terá como pano de fundo a agenda de sustentabilidade e finanças verdes, com quatro eixos prioritários: redução de emissões de carbono, adaptação climática, preservação da biodiversidade e crédito rural sustentável.
A escolha do tema não é casual. Os projetos selecionados deverão contribuir para a elaboração de propostas que o Brasil apresentará na COP30, em novembro, em Belém. “Queremos mobilizar capital privado em direção aos compromissos climáticos do país. É uma conexão estratégica entre dados, financiamento e transição verde”, explicou Teixeira.
As iniciativas aprovadas passarão por um ciclo de incubação de seis meses, com mentorias técnicas e apresentação final a investidores e instituições do setor. A aposta é de que o futuro do sistema financeiro brasileiro será digital, verde — e cada vez mais colaborativo.
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