Aviação civil
Lucro das aéreas chegará a US$ 41 bilhões em 2026
Por Redação - Em 09/12/2025 às 11:00 AM

A receita total das empresas deve atingir US$ 1,053 trilhão em 2026, alta de 4,5% FOTO: Freepik
O desempenho financeiro das companhias aéreas globais deve avançar em 2026, mas ainda distante de uma rentabilidade considerada adequada. Projeções da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) apontam lucro líquido conjunto de US$ 41 bilhões no próximo ano, aumento de 3,8% sobre 2025. A margem líquida, porém, deve continuar em 3,9%, patamar historicamente baixo para o setor.
A economista-chefe da entidade, Marie Owens, observa que a aviação nunca superou margem de 5%, apesar das receitas crescentes. Segundo ela, o resultado agregado segue modesto quando comparado a outros segmentos intensivos em capital, como petróleo e gás.
A receita total das empresas deve atingir US$ 1,053 trilhão em 2026, alta de 4,5%. O ganho por passageiro tende a permanecer estável em US$ 7,90, ainda abaixo do registrado em 2023. Para o diretor-geral Willie Walsh, o avanço é significativo diante dos desafios enfrentados — custos elevados, tensões geopolíticas e aumento das exigências regulatórias. Mesmo assim, ele afirma que o retorno continua insuficiente para cobrir o custo médio de capital do setor.
No campo operacional, a Iata espera taxa de ocupação próxima ao recorde, em 83,8%, e fluxo global de 5,2 bilhões de passageiros, crescimento de 4,4% na comparação anual. O lucro operacional deve chegar a US$ 72,8 bilhões, com margem de 6,9%. Já o retorno sobre o capital investido deve permanecer em 6,8%, abaixo do WACC estimado em 8,2%.
Pressão de custos
A entidade prevê leve redução nas despesas com combustível, que devem totalizar US$ 252 bilhões em 2026, impulsionadas pela expectativa de queda no preço do Brent para US$ 62 por barril. O querosene de aviação deve recuar 2,4%, mantendo o combustível com cerca de 25,7% das despesas totais das companhias.
Os custos não ligados ao combustível seguem em trajetória de alta e devem somar US$ 729 bilhões, avanço de 5,8%. Mão de obra permanece como o item mais relevante — 28% dos gastos — em meio a dificuldades para recuperar produtividade pré-pandemia e ritmo intenso de contratações. Despesas com manutenção, leasing e tarifas aeroportuárias também continuam pressionando o caixa das empresas.
A Iata acrescenta que uma eventual desvalorização do dólar poderia aliviar parte dos custos, já que entre 55% e 60% das despesas do setor são dolarizadas, com potencial de elevar o lucro global em cerca de 1%.
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