Luiza Trajano disse que o custo atual do crédito “não faz sentido” e limita o crescimento de pequenos negócios

A empresária Luiza Trajano voltou a criticar o nível da taxa de juros no Brasil durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social e Sustentável (CDESS), nesta quinta-feira (4). Segundo ela, o custo atual do crédito “não faz sentido” e limita o crescimento de pequenos negócios, afetando diretamente a população que tenta empreender ou manter renda.

Trajano afirmou que micro e pequenas empresas são as mais prejudicadas pelo ambiente financeiro restritivo e destacou a necessidade de condições mais favoráveis para estimular consumo e emprego. Ela também elogiou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pelas iniciativas de taxar as bets, citando o avanço do endividamento provocado pelas plataformas de apostas, especialmente entre trabalhadores de baixa renda.

A empresária relatou que sua companhia tem reforçado ações de apoio psicológico, diante do aumento de casos de funcionários endividados e pressionados por agiotas.

No discurso, Trajano ainda pediu que a sociedade valorize mais o País e destacou experiências positivas recentes, como as vividas durante a COP30, em Belém.

O momento de maior repercussão, porém, ocorreu quando a empresária tratou da violência contra mulheres. Ela lembrou o feminicídio de uma gerente do Magazine Luiza ocorrido há dez anos, fato que levou a empresa a criar protocolos internos de proteção. Desde então, segundo Trajano, não houve novos casos.

Ao defender a atuação do setor privado, afirmou que “as empresas precisam intervir” ao identificar sinais de risco, e apelou para que outras companhias adotem medidas semelhantes. O discurso foi encerrado sob aplausos prolongados dos participantes.