O decreto também prevê a criação de uma Plataforma Comum de Comunicação Pública e Governo Digital, que permitirá acesso a serviços públicos pela televisão

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva oficializou, nesta quarta-feira (27), a adoção da TV 3.0 no país. A nova tecnologia promete imagens em altíssima definição, som imersivo e recursos de interatividade, integrando a transmissão televisiva tradicional aos serviços de internet.

Com a novidade, os telespectadores poderão acessar conteúdos sob demanda, interagir com a programação por meio de aplicativos e até realizar compras diretamente pela televisão. Para as emissoras, o sistema representa a possibilidade de novas fontes de receita.

Segundo o Ministério das Comunicações, a transição será gradual e não exigirá substituição imediata dos aparelhos já existentes. A fase preparatória deve terminar em 2025, com previsão de início das primeiras transmissões até a Copa do Mundo de 2026. O processo completo deve durar entre 10 e 15 anos, começando pelas grandes capitais.

Apesar dos avanços, o presidente da Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão (SET), Paulo Henrique Castro, alerta que a migração exigirá investimentos significativos em infraestrutura, licenciamento e aquisição de transmissores. Para os consumidores, a adaptação dependerá da compra de conversores — hoje estimados em cerca de R$ 400. O governo, no entanto, acredita que os preços devem cair à medida que a produção em escala aumentar.

O decreto também prevê a criação de uma Plataforma Comum de Comunicação Pública e Governo Digital, que permitirá acesso a serviços públicos pela televisão. Além disso, os novos aparelhos deverão trazer, já de fábrica, um catálogo inicial com os canais de TV aberta.