ANIMAR O MERCADO FINANCEIRO
Mansueto Almeida afirma que Governo Federal deve extinguir imprevisibilidades
Por Marcelo - Última Atualização 23 de agosto de 2021
Em artigo publicado nesta sexta-feira (20), o economista-chefe do BTG Pactual e ex-secretário do Tesouro Nacional, destacou que apesar dos bons números que a economia brasileira vem apresentando, e o declínio da média móvel de mortes e de novos casos de Covid-19, o mercado financeiro demonstra desconfiança e está preocupado com certas articulações realizadas em Brasília.
Do lado positivo, especialistas do mercado já estimam uma expansão de 5,3% da economia brasileira este ano, lembrando que em março era de, no máximo, 3%. O déficit primário caiu pela metade, estando hoje em 1,5% do PIB nacional. A expectativa de endividamento do setor público retraiu de 89% para 82% do PIB.
As companhias abertas têm obtido resultados bastante positivos na B3, o que deveria levar o Ibovespa a índices acima dos 130 mil pontos, mas isso não vem ocorrendo. E o País já está vacinando mais de dois milhões de pessoas por dia contra a Covid-19, o que deveria melhorar o ânimo dos investidores.
Segundo o artigo de Mansueto publicado no Brazil Journal, mesmo assim, a Selic que foi elevada para conter a alta da inflação acabou contaminando a taxa de juros longa e o dólar comercial fechou o movimento do mercado de câmbio de ontem cotado acima de R$ 5,42 para a venda. Duas notícias muito negativas.
E as causas principais destes resultados adversos, apesar de todos os bons números que o Brasil vem registrando, estão baseadas nas discussões sobre como conciliar o pagamento dos precatórios e decisões judiciais com o teto de gastos, bem como a indefinição do valor do Auxílio Brasil, programa social que substitui o Bolsa Família, que também afetaria o teto, abrindo espaço fiscal incompatível com as regras atuais.
Toda essa imprevisibilidade deixa os investidores receosos em relação aos riscos, travando o crescimento do País, uma vez que estas indefinições acabam gerando a desconfiança de que o Governo pretende quebrar o teto dos gastos, com o objetivo de ampliar o espaço livre para seus gastos em 2022.
“O Governo precisa de uma rápida definição do valor do novo Auxílio Brasil para o ano que vem, respeitando o espaço fiscal, e encontrar uma solução para o pagamento de sentenças judiciais e precatórios, sem reduzir o seu já limitado espaço fiscal. Se isso ocorrer, rapidamente teremos a recuperação do valor das empresas brasileiras, juros futuros menores e dólar mais barato”, afirmou Mansueto Almeida.