AVALIAÇÕES E PERSPECTIVAS
Mansueto Almeida apresenta cenários para a economia em evento na FAEC
Por Marcelo Cabral - Em 01/09/2025 às 8:08 PM

Mansueto Almeida destaca importância de controlar gastos públicos para promover a expansão do PIB
O economista-chefe do BTG Pactual e ex-secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, esteve em Fortaleza nesta segunda-feira (1º), onde participou de um encontro com produtores rurais no auditório da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (FAEC). O evento foi articulado com o CEO da Agrícola Famosa, Luiz Roberto Barcelos, e teve como pauta os cenários macroeconômicos atuais e as perspectivas futuras para o País, que, segundo Almeida, são positivas.
Na abertura, o empresário Jorge Parente ressaltou a união do setor agropecuário cearense em prol do desenvolvimento econômico e social não apenas do Ceará, mas também de estados vizinhos, onde existe atuação de produtores daqui. Ele compôs a mesa de honra ao lado de Mansueto Almeida, junto com os também empresários Rita Granjeiro, Cristiano Maia e Carlos Bezerra.
Durante a apresentação, Mansueto lembrou que o Brasil atravessou uma série de ajustes fiscais e tributários desde 2018, além de recordar os efeitos negativos da retração do produto interno bruto (PIB) em 2015 e 2016. Ele destacou ainda que a atual carga tributária do País, de 34% do PIB, permanece elevada em comparação com a média latino-americana, de 22%.
“A partir de 2018, com a abertura de capitais, a emissão de debêntures e outros instrumentos de mercado, atualmente cerca de R$ 800 bilhões são obtidos via emissão de dívida própria, ou seja, reduziu a dependência dos bancos oficiais. A forma de financiar o desenvolvimento do Brasil ficou muito mais fácil”, afirma o economista.
Medidas ajudam a expansão da economia

Mansueto Almeida crê em melhora para a economia nacional
Ele destacou avanços obtidos com a aprovação das reformas previdenciária e tributária, aliados à independência do Banco Central, à concessão de aeroportos e ao fortalecimento de setores estruturantes como rodovias e saneamento básico. Esses fatores, segundo Mansueto, contribuíram para a queda do desemprego e expansão da economia. No entanto, ponderou que a elevada taxa de juros nominal, de 15% ao ano, ainda representa um entrave ao crescimento da economia brasileira.
O ex-secretário do Tesouro Nacional apontou também como desafio o aumento do gasto público federal, que deve encerrar o atual governo em 18%, percentual superior ao registrado em administrações anteriores – de Dilma Rousseff, Michel Temer e Jair Bolsonaro – que, somados os oito anos, chegaram a 9%. Entre os principais fatores, citou a expansão de 50% nos gastos com o programa Bolsa Família.
Ao dialogar com os produtores, destacou as particularidades do setor, que enfrenta desde negociações com fornecedores até questões logísticas e de crédito. Ele compartilhou, ainda, uma visão positiva sobre o futuro, pois em conversa recente com o presidente da Cargill, ouviu a projeção de que o Brasil poderá, em alguns anos, fornecer até 80% da demanda mundial de alimentos. E salientou que 95% da dívida do Brasil é interna, tendo apenas 5% atrelada às variações do câmbio.
“Mas é preciso haver o controle dos gastos públicos e um plano fiscal eficiente, para garantir redução dos juros e expansão do PIB. O ‘tarifaço’ de 50% sobre alguns produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos deve cair nos próximos meses, pois há reflexos na cadeia produtiva norte-americana. Por isso, podemos reverter nossa situação econômica nos próximos anos”, conclui Mansueto Almeida.
Mais notícias
MERCADO PREMIUM




























