CAPACIDADE DOS MERCADOS

Marcos Troyjo defende o comércio forte para acelerar retomada econômica global

Por Marcelo - Em 11/02/2022 às 10:01 AM

A valorização do comércio internacional pode favorecer a retomada econômica mundial e diminuir a influência do protecionismo econômico. A ideia foi sugerida pelo economista Marcos Troyjo, presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), o antigo Banco dos BRICS, esta semana, durante webinar da Câmara de Comércio Árabe Brasileira.

Segundo ele, no atual ambiente de dúvidas em relação à capacidade dos mercados emergentes para honrar dívidas e à continuação dos efeitos da pandemia ao longo de 2022, as economias globais devem considerar promover esforços para fortalecer o intercâmbio comercial. “Entre todos os exemplos de ascensão econômica vigorosa nas últimas sete décadas, é absolutamente impossível encontrar um único caso de sucesso que não tenha sido turbinado pelo comércio internacional”, disse o economista, citando países como China, Japão, Alemanha, Coreia do Sul, Cingapura, Chile, Uruguai, Espanha e Emirados Árabes.

Marcos Troyjo diz que protecionismo é risco ao desenvolvimento                      Foto: Divulgação

Para o presidente do NBD, a valorização das relações comerciais internacionais pode combater, inclusive, os efeitos do que chamou de “precaucionismo global”. Segundo o executivo, essa ação focada na proteção de economias a partir da restrição de fluxos comerciais, representa risco ao desenvolvimento econômico de todo o mundo, na medida em que enfraquece mercados em nível local, redes internacionais de cooperação e limita condições para o desenvolvimento, por exemplo, a geração de inovação.

Com o objetivo de estabelecer cooperações internacionais sólidas, o dirigente do NBD destacou que os países devem buscar, por exemplo, acordos de comércio que contemplem regras para o compartilhamento da propriedade intelectual, que favoreçam a proteção ambiental, o desenvolvimento sustentável e que fomentem a industrialização local, para além da mera negociação de tarifas e cotas comerciais.

Ainda segundo ele, citando especificamente o Brasil, produzir commodities não é impeditivo para a construção de uma economia inovadora, desde que haja um esforço para agregar valor a produtos básicos. “Um dos países que mais produz e exporta commodities são os Estados Unidos, que também têm o maior estoque de patentes na Organização Mundial de Propriedade Intelectual”, salientou Marco Troyjo.

Lembrou, ainda, que a divisão do mundo entre países desenvolvidos e em desenvolvimento cada vez mais deixa de fazer sentido. O E7, grupo das sete maiores economias em desenvolvimento, registrou em 2021 PIB total de US$ 53 trilhões no critério de Paridade de Poder de Compra (PPC), já os mercados ricos do G7, US$ 42 trilhões. Troyjo destacou a importância das economias árabes, com PIB PPC total de US$ 5 trilhões. “É um mercado considerável, de volume, robustez, dinamismo e que vai afetar os fluxos de exportações e importações daqui para frente”, completou.

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