A assinatura da ordem de serviço contou com a presença do governador Elmano de Freitas, do ministro dos Transportes, Renan Filho, do presidente da TLSA, Tufi Daher Filho, e do diretor da Marquise, Renan Carvalho Foto: Divulgação

As obras do Lote 8 da Ferrovia Transnordestina, que atravessa o interior do Ceará, foram oficialmente autorizadas nesta quinta-feira (5), com um investimento de R$ 1 bilhão. O novo trecho terá 46 quilômetros de extensão e ligará os municípios de Itapiúna e Baturité, passando também por Quixadá e Capistrano.

O projeto prevê a construção de três pontes, dois viadutos e quatro passagens de nível. A estimativa é de geração de até mil empregos diretos e outros três mil indiretos.

As obras devem começar em até 45 dias após a assinatura do contrato. A execução ficará a cargo da Marquise Infraestrutura, que tem participação robusta em diversos trechos da ferrovia.

Reconfigurando a logística do Nordeste

A assinatura da ordem de serviço ocorreu em Baturité, com a presença do governador Ceará, Elmano de Freitas, do ministro dos Transportes, Renan Filho, e do presidente da Transnordestina Logística S/A (TLSA), Tufi Daher Filho. Também participou o diretor da Marquise, Renan Carvalho, que destacou o caráter estratégico da obra para a competitividade nacional.

“Temos orgulho de contribuir para uma das obras ferroviárias mais relevantes do país, com responsabilidade técnica e compromisso social”, afirmou Carvalho. A Marquise já concluiu os lotes 1, 2 e 3 da ferrovia e executa atualmente outros cinco segmentos.

Promessa de escoamento eficiente

O novo trecho terá 46 quilômetros de extensão e ligará os municípios de Itapiúna e Baturité, passando também por Quixadá e Capistrano Foto Divulgação/TLSA

O Lote 8 integra o Novo PAC e reforça a aposta do Governo Federal na retomada da infraestrutura de transporte de carga. A ferrovia é vista como peça-chave para reduzir custos logísticos e facilitar o escoamento de grãos, combustíveis, fertilizantes e minérios rumo aos portos de Suape (PE) e Pecém (CE).

A expectativa é de que as operações de carga comecem ainda em 2025, a partir do terminal intermodal de Bela Vista do Piauí.

O projeto total da Transnordestina abrange 1.206 km e já conta com 676 km finalizados, cruzando 53 cidades nos estados do Piauí, Pernambuco e Ceará.

Um projeto que resiste ao tempo

Idealizada em 2006, a Transnordestina acumulou promessas, revisões e interrupções. Inicialmente orçada em R$ 4,5 bilhões, a ferrovia tinha entrega prevista para 2010, conectando Eliseu Martins (PI) aos portos de Suape e Pecém, em um traçado de 1.753 km. Ao longo dos anos, enfrentou entraves técnicos e jurídicos, incluindo um bloqueio de cinco anos pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

A retomada das obras em abril de 2024 marcou uma nova fase: menor em extensão, mas mais cara. A previsão agora é concluir a ferrovia até 2029, com a chegada ao Pecém prevista para 2027.

Com os olhos voltados ao mercado global, a Transnordestina segue como aposta de integração logística e dinamização econômica do semiárido nordestino.