COMBATE À PANDEMIA

Maurício Filizola critica retirada da capacidade financeira das empresas e sugere horário escalonado de abertura

Por Marcelo - Em 15/03/2021 às 12:24 PM

O presidente do Sistema Fecomércio-CE, Maurício Filizola, apresentou na manhã desta segunda-feira (15), o resultado da pesquisa de comportamento dos empresários do setor, durante o enfrentamento à pandemia do novo coronavírus. Mas lembrou que não se pode desestruturar a capacidade financeira das empresas. “O fechamento do comércio por 15 dias pode desestruturar a maioria das empresas, pois temos obrigações a pagar, como folha de pagamento, aluguel, impostos, e com essa paralisação é retirada metade da capacidade financeira de nossos empresários. Estamos pagando por algo que não está sendo responsabilidade exclusiva do comércio, talvez a maior parcela de todas”, disse.

A pesquisa revelou que 54% dos entrevistados não registraram infecções por Covid-19 em suas empresas, e, principalmente, 97% não tiveram óbitos. Os questionários foram respondidos por 252 empresários dos setores de turismo e serviços, e por outros 292 do comércio. Os empresários respondentes representam um total de 31.131 colaboradores e, neste universo, houve 1.912 infecções e, infelizmente, 23 pessoas morreram.

Maurício Filizola ressalta que fechar por 15 dias traz inúmeros prejuízos ao equilíbrio das empresas                   Foto: Divulgação

O estudo ressaltou que 85% das empresas realizaram adaptações para atuar durante o retorno das atividades produtivas, com investimentos elevados. “Estamos passando por um momento desafiante na área de saúde pública, temos adotado as medidas preventivas, auxiliado o Estado e municípios na aquisição de equipamentos, orientado os entes a verificar a disponibilidade de produtos e medicamentos”, explicou Filizola.

O presidente da Fecomércio-CE ressaltou que o comércio formal, o turismo e os serviços, nunca colaboraram para o crescimento dos índices de contaminação no Ceará. “Mas notamos que no período eleitoral houve uma elevação significativa, assim como os eventos sociais. E o transporte público também contribuiu para essa expansão. Estamos cumprindo o nosso papel, seguindo os protocolos, podemos até contribuir para o transporte público. Mas lembro que o período eleitoral, o Natal, confraternizações, Carnaval, festas em galpões, entre outros, geraram essa expansão dos números da Covid-19”.

Filizola ressaltou quais as principais reivindicações dos empresários representados pelo Sistema Fecomércio-CE e lembrou que após o lockdown realizado ano passado, na retomada das atividades produtivas, o número de infecções caiu significativamente, devido aos protocolos de biossegurança que foram adotados pelas empresas. “Esperamos que ao fim desse período de lockdown possamos retomar as nossas atividades, pois temos consciência de que estamos fazendo a nossa parte”.

O líder do setor de comércio de bens, serviços e turismo asseverou o compromisso de respeito à vida e aos protocolos de combate à Covid-19 que foram adorados. As empresas do setor abraçaram e investiram na implementação das regras de funcionamento e compreendem que a preservação da sua atividade econômica e das ações de prevenção podem caminhar juntas.

“Precisamos retomar nossas atividades, para mantermos os nossos empreendimentos e postos de trabalho abertos. Não estamos pedindo flexibilização dos protocolos sanitários, pois estamos tomando os cuidados com nossos colaboradores, clientes e o funcionamento dos setores produtivos. Estamos pedindo a flexibilização do funcionamento do comércio formal, inclusive propondo um escalonamento de horário de abertura dos estabelecimentos, a fim de minimizar os picos de fluxo de usuários do transporte público”, destacou.

Shoppings deveriam funcionar de 12 horas à meia-noite, segundo a Fecomércio-CE

De acordo com a proposta encaminhada pelo Sistema Fecomércio-CE às autoridades governamentais, o funcionamento do comércio do Centro de Fortaleza deveria acontecer entre as 7 e as 17 horas; do comércio lojista de rua (exceto o Centro da Capital), de 9 às 19 horas; já os estabelecimentos que funcionam em shopping centers teriam o seu horário fixado entre 11 e 21 horas, enquanto os restaurantes que funcionam fora dos shoppings abririam de 12 horas à meia noite. Com isso, o fluxo nos ônibus seria reduzido, pois os colaboradores destes estabelecimentos se deslocariam em horários diferentes.

Filizola também destacou a preocupação do Sistema Fecomércio-CE com o fechamento de empresas no Estado, que chegou a quase 2.000 no ano passado. “Este ano que está mais desafiante, acreditamos que possa ser ainda maior. É necessário ter um olhar, principalmente, para a anormalidade da abertura do comércio. Com diálogo, precisamos encontrar uma alternativa para deixarmos todos trabalhando. Precisamos encontrar pontos de convergência entre a saúde e o comércio, precisamos melhorar o transporte público, pois estamos fazendo a nossa parte, mas alguns setores não estão fazendo o seu papel”, afirmou.

E lembrou que é preciso combater as práticas ilegais de algumas ações irregulares. “O que precisam ser combatidas são as irregularidades, as ilegalidades, pois há muitos estabelecimentos que atuam na ilegalidade e prejudicam o nosso comércio formal. Falta o poder público fazer o seu papel, que é ir lá, fiscalizar e punir. Inclusive com a prisão de pessoas, dentro da lei, trazendo as responsabilidades, pois essas ilegalidades estão prejudicando o empresariado legal, dos setores do comércio, serviços e turismo”, completou Maurício Filizola.

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