Entrada de genéricos e queda de preços podem quase dobrar faturamento do setor em um ano FOTO: Freepik

O mercado brasileiro de medicamentos injetáveis para emagrecimento e controle do diabetes deve passar por uma forte aceleração a partir de 2026. Projeções do setor indicam que o faturamento anual do segmento pode alcançar cerca de R$ 20 bilhões, quase o dobro dos R$ 11 bilhões estimados para 2025.

O salto está diretamente ligado ao fim da patente da semaglutida, princípio ativo presente em produtos líderes do segmento. A perda da exclusividade abrirá espaço para a chegada de genéricos com preços até 50% menores, ampliando o público consumidor e elevando rapidamente o volume de vendas.

Somente no quarto trimestre de 2025, as vendas de medicamentos da classe GLP-1 já devem somar aproximadamente R$ 4 bilhões, o que evidencia a velocidade de crescimento do mercado. Na comparação anual, o avanço em valores absolutos pode chegar a R$ 2,4 bilhões, enquanto o incremento trimestral é estimado em cerca de R$ 1 bilhão.

Apesar da expansão recente, a penetração desses medicamentos no Brasil ainda é baixa. Atualmente, as vendas representam pouco mais de 1% da população adulta com sobrepeso, percentual inferior ao de mercados maduros, como o norte-americano. Essa diferença reforça o potencial de expansão e sustenta as projeções de crescimento acelerado nos próximos anos.

O cenário também favorece o varejo farmacêutico. Grandes redes já concentram parcela significativa das vendas e devem capturar parte relevante da nova demanda, enquanto indústrias nacionais ampliam investimentos para disputar um mercado que passa a combinar alto crescimento com maior escala de produção.

Para analistas do setor, a combinação entre redução de preços, ampliação de acesso e aumento de volume tende a transformar o segmento de medicamentos para emagrecimento em um dos mais relevantes do mercado farmacêutico brasileiro a partir de 2026.