TESOURO PREFIXADO

Mercado de títulos ajusta expectativas depois de Copom elevar Selic para 15%

Por Marcelo Cabral - Em 20/06/2025 às 3:40 PM

Integrantes do Copom dizem que juros podem voltar a subir                       Foto: Raphael Ribeiro/BC

O mercado de dívida pública já precificou os desdobramentos da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que elevou a taxa Selic para 15% ao ano na última quarta-feira (18), ao contrário da expectativa dos analistas financeiros, que era de estabilidade. O movimento, mais assertivo e com viés claramente hawkish, contrariou parte das expectativas do mercado e sinalizou uma postura mais rigorosa do Banco Central (BC) para os próximos meses.

Na manhã desta sexta-feira (20), as taxas do Tesouro Direto refletiam esse novo cenário, com ajustes significativos e uma desinclinação da curva de juros. Entre os títulos prefixados, o Tesouro Prefixado 2028 manteve-se estável, com rendimento de 13,57% ao ano, em linha com o fechamento anterior. Já o Tesouro Prefixado com juros semestrais 2035 registrou ligeira queda na taxa, de 13,95% para 13,90% anuais.

Nos papéis atrelados à inflação, a movimentação também foi relevante: o Tesouro IPCA+ 2050 passou a oferecer juro real de IPCA + 6,85%, frente aos 6,95% anteriormente negociados – uma sinalização clara de perda de prêmio nos vértices mais longos da curva.

Esse comportamento é característico de um cenário de desinclinação: as taxas de curto prazo sobem, enquanto as dos prazos mais longos recuam, refletindo uma percepção de que o ciclo de aperto monetário pode ter atingido seu ápice. Exemplo disso é o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026, cuja taxa avançou de 14,87% para 14,97%. Já o DI para janeiro de 2031 recuou de 13,70% para 13,63%.

A elevação da Selic em 0,25 ponto percentual foi uma decisão unânime do Copom, contrariando parte do mercado, que projetava manutenção da taxa. Em seu comunicado, o BC justificou a medida como necessária para assegurar a convergência da inflação à meta, reforçando o compromisso com a estabilidade de preços. A autoridade monetária também sinalizou que pretende manter a taxa elevada por um “período bastante prolongado”, não descartando a retomada do ciclo de alta caso o cenário inflacionário exija.

Mais notícias

Ver tudo de IN Business