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Mercado eleva projeções para Selic e inflação

Por Redação - Em 06/01/2025 às 10:29 AM

Banco Central CrÉdito Agência Brasil

Segundo o levantamento do Banco Central, a mediana das expectativas para a taxa Selic ao final de 2024 foi ajustada para 15%, um leve aumento em relação à estimativa de 14,75% da semana anterior FOTO: Agência Brasil

A pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira (6) pelo Banco Central mostrou que analistas aumentaram suas projeções para a Selic e para a inflação, refletindo um cenário de maior pessimismo em relação à trajetória econômica do Brasil para os próximos anos.

Segundo o levantamento, a mediana das expectativas para a taxa Selic ao final de 2024 foi ajustada para 15%, um leve aumento em relação à estimativa de 14,75% da semana anterior. Para 2026, a projeção para a Selic permaneceu estável em 12%, ainda abaixo do atual nível de 12,25%.

Esse aumento nas previsões para os juros ocorre após o Comitê de Política Monetária (Copom) sinalizar, em sua reunião de dezembro, um possível aumento de 1 ponto percentual em cada uma das próximas duas reuniões de política monetária, diante do cenário inflacionário. A decisão de dezembro foi uma medida de aceleração no ritmo de aperto monetário, com o Copom elevando a Selic em 1 ponto percentual de forma unânime.

Além disso, as projeções para a inflação também apresentaram revisões para cima. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial da inflação, foi revisado para 4,99% em 2025, acima do teto da meta estabelecida pelo Banco Central, que é de 4,75%. A previsão para 2026 também foi ajustada para 4,03%, superando a projeção anterior de 4,01%. Para 2024, a expectativa de inflação foi reduzida para 4,89%, ligeiramente abaixo da previsão anterior de 4,90%, mas ainda distante do centro da meta oficial de 3,00%.

Essas alterações nas projeções acontecem em um cenário de incerteza fiscal, com o mercado preocupado com a sustentabilidade das contas públicas. Em particular, a proposta de reforma do Imposto de Renda anunciada pelo governo em novembro e a falta de medidas efetivas de contenção de gastos contribuíram para o aumento do pessimismo. Apesar da aprovação dos projetos fiscais no Congresso e do adiamento da reforma do IR, a incerteza persiste, com investidores demonstrando receio em relação à continuidade das reformas fiscais.

A pesquisa também revelou uma revisão para cima na expectativa do dólar, que foi ajustada para R$ 6,00 em 2025, ante R$ 5,96 na semana passada. Para 2026, a previsão para a moeda norte-americana foi mantida em R$ 5,90.

Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), a projeção de crescimento para 2024 foi mantida em 3,49%. Para os anos seguintes, as previsões indicam um crescimento mais modesto: 2,02% em 2025 e 1,80% em 2026.

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