O Copom tem acompanhado de perto os desdobramentos da política fiscal, e a deterioração das expectativas fiscais tem impactado as previsões de inflação FOTO: Agência Brasil

O mercado aumentou as expectativas de um aumento de 0,75 ponto percentual na taxa Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), marcada para quarta-feira (11). Atualmente, a taxa Selic está em 11,25% ao ano, e se a previsão se confirmar, o índice pode atingir 12% ao ano até o final de 2023. Essa seria a terceira alta consecutiva com aceleração no ritmo do aperto monetário.

A piora das expectativas fiscais do governo federal, após a apresentação de um pacote de corte de gastos e a isenção de Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil, gerou insatisfação no mercado. A avaliação é que as medidas não são suficientes para estabilizar a dívida pública e, além disso, o anúncio simultâneo das propostas foi visto como uma estratégia equivocada.

A pesquisa da Genial/Quaest, divulgada na última semana, mostra que 66% dos agentes do mercado esperam um aumento de 0,75 ponto. O Banco Inter e o UBS BB também indicam essa possibilidade. A reação do mercado refletiu-se na disparada do dólar, que ultrapassou os R$ 6, e no aumento das pressões sobre o governo e o BC.

O Copom tem acompanhado de perto os desdobramentos da política fiscal, e a deterioração das expectativas fiscais tem impactado as previsões de inflação. Desde setembro, o BC tem elevado a taxa de juros, iniciando com um aumento de 0,25 ponto e, em novembro, elevando para 0,5 ponto. Agora, com o cenário fiscal mais instável, a expectativa é que a alta seja mais agressiva, chegando a 0,75 ponto.