
GUERRA COMERCIAL
Mercados globais reagem a sinalização de diálogo entre China e EUA, mas incertezas persistem
Por Redação - Em 09/04/2025 às 9:45 AM

O documento chinês indicou que Pequim está aberta ao diálogo com Washington, o que gerou otimismo no mercado FOTO: Pixabay
Os mercados acionários da Ásia encerraram a quarta-feira (9) com resultados positivos, impulsionados por uma série de anúncios da China que sugerem a disposição do país em negociar com os Estados Unidos. O índice CSI300, que reúne as maiores empresas de Xangai e Shenzen, subiu 0,99%, enquanto o índice SSEC, de Xangai, teve um ganho de 1,31%. O Hang Seng de Hong Kong também registrou alta de 0,68%. Essas movimentações ocorreram após a China divulgar uma declaração de que tomaria medidas eficazes para proteger seus interesses diante das altas tarifas de 104% impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
O documento chinês indicou que Pequim está aberta ao diálogo com Washington, o que gerou otimismo no mercado. Analistas do Citi destacaram que, embora não haja negociações formais em andamento, a sinalização de abertura ao diálogo foi suficiente para animar os investidores. As ações de empresas de alta tecnologia, como semicondutores e inteligência artificial, tiveram um desempenho destacado, subindo 5,3% e 3,4%, respectivamente, à medida que os investidores apostam na autossuficiência tecnológica da China.
Em contrapartida, os mercados asiáticos mais amplos não foram tão positivos. O índice Nikkei, em Tóquio, caiu 3,9%, enquanto outros índices como o Kospi em Seul e o Taiex em Taiwan também registraram perdas significativas, refletindo a incerteza global trazida pela guerra comercial. O impacto das tarifas dos EUA sobre o comércio global afetou ainda mais a confiança dos investidores, especialmente no setor de energia e mineração, que enfrentaram quedas acentuadas.
Na Europa, o cenário não foi diferente. O índice STOXX 600 despencou 3,23%, retornando aos níveis de queda dos dias anteriores, com investidores preocupados com os efeitos da guerra comercial e as tarifas mútuas. As ações de bancos caíram, enquanto o mercado precificava uma possível redução nas taxas de juros pelo Banco Central Europeu. Setores como o farmacêutico e o de energia também enfrentaram perdas, com as ações de grandes empresas do setor farmacêutico como Roche e Novartis recuando até 5,9%.
O impacto da guerra comercial continua a gerar volatilidade nos mercados globais. Especialistas alertam para a possibilidade de que o ciclo de incertezas ainda esteja apenas começando, com novas escaladas podendo intensificar a pressão sobre as economias internacionais. A luta entre EUA e China promete continuar a moldar o rumo dos mercados financeiros, deixando os investidores em alerta para as próximas movimentações políticas e econômicas.
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