A receita somou 32,15 bilhões de euros, recuo de 6,9% na comparação anual e um pouco abaixo da previsão de 32,27 bilhões de euros

A Mercedes-Benz reportou lucro líquido de 1,19 bilhão de euros no terceiro trimestre de 2025, uma queda de 31% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando havia registrado 1,72 bilhão de euros. Apesar da retração, o resultado ficou acima das projeções dos analistas da FactSet, que estimavam 1,09 bilhão de euros. O lucro por ação ficou em 1,22 euro, também ligeiramente superior ao esperado (1,20 euro).

A receita somou 32,15 bilhões de euros, recuo de 6,9% na comparação anual e um pouco abaixo da previsão de 32,27 bilhões de euros. No trimestre, a montadora vendeu 441,4 mil veículos, o que representa uma queda de 12% em relação a 2024, pressionada pela fraqueza do mercado chinês, pelas tarifas impostas pelos Estados Unidos e pelo ajuste de estoques na América do Norte.

Mesmo com o cenário adverso, a Mercedes manteve suas projeções para o ano e anunciou um programa de recompra de ações de até 2 bilhões de euros, com duração prevista de 12 meses a partir do quarto trimestre. A margem ajustada de retorno sobre vendas do segmento de automóveis subiu ligeiramente, de 4,7% para 4,8%.

O desempenho reflete um contexto global mais desafiador. Nos Estados Unidos, a empresa tenta mitigar o impacto das tarifas sobre veículos europeus — inicialmente de 25%, agora reduzidas para 15%. Na China, o consumo segue enfraquecido por tensões comerciais e uma guerra de preços entre fabricantes locais.

Outro fator que pesou foi a paralisação da fabricante de semicondutores Nexperia, após o governo holandês assumir o controle da empresa, antes administrada pela chinesa Wingtech. Em retaliação, Pequim restringiu a exportação de componentes, agravando o problema no fornecimento de peças.

O CEO Ola Kaellenius afirmou que a companhia está “buscando alternativas para evitar maiores impactos na produção” e reforçou que a Mercedes continuará priorizando rentabilidade em meio à instabilidade global.