De 1º a 25 de agosto, os embarques para o México somaram 10,2 mil toneladas, equivalentes a US$ 58,8 milhões FOTO: Freepik

O México passou a ocupar em agosto a segunda posição entre os maiores importadores da carne bovina do Brasil, deixando os Estados Unidos para trás após a imposição de tarifas adicionais pelo governo Donald Trump. Os dados são da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), divulgados nesta quarta-feira (27).

De 1º a 25 de agosto, os embarques para o México somaram 10,2 mil toneladas, equivalentes a US$ 58,8 milhões. No mesmo período, os envios para os EUA recuaram para 7,8 mil toneladas, avaliadas em US$ 43,6 milhões, após a entrada em vigor da nova tarifa de 50% sobre a carne brasileira, que já era taxada em 26,4% fora de cotas isentas. Rússia e Chile também superaram os norte-americanos, ambos com 7,9 mil toneladas.

A mudança ocorre em paralelo à missão oficial do vice-presidente Geraldo Alckmin ao México, que busca ampliar a cooperação econômica e abrir espaço para novos acordos comerciais. A Abiec defende a negociação de um tratado de livre comércio com os mexicanos, além da renovação do programa local Pacic, que garante isenção de tarifas a produtos da cesta básica.

As exportações brasileiras ao México já vinham em trajetória de crescimento. Entre janeiro e julho, foram embarcadas 67,6 mil toneladas (US$ 365 milhões), quase três vezes mais que no mesmo período de 2024. No acumulado de 2023, o volume havia sido pouco superior a 5 mil toneladas.

Apesar do avanço mexicano, a Abiec afirma que não se trata de substituir os Estados Unidos, considerados um mercado estratégico. Em 2024, o Brasil foi responsável por 23,5% das importações mexicanas de carne bovina. Hoje, o país já é o oitavo principal destino do agronegócio brasileiro, com destaque para carnes bovina, de frango e suína, soja, café e produtos florestais.