O governo americano busca acesso a minerais considerados críticos, como lítio, nióbio e terras raras FOTO: Freepik

O possível avanço no diálogo entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem como eixos centrais duas áreas de interesse: minerais estratégicos e plataformas digitais. O encontro, ainda a ser confirmado, foi sinalizado após breve conversa entre os líderes durante a Assembleia-Geral da ONU, em Nova York.

No campo energético e produtivo, o governo americano busca acesso a minerais considerados críticos, como lítio, nióbio e terras raras, insumos essenciais para a transição energética e para setores como baterias, turbinas eólicas e eletrônicos. Lula já admitiu a possibilidade de parcerias nesse segmento, mas defende tratar o tema como questão de soberania nacional.

Na área digital, a expectativa é de que Washington pressione contra iniciativas de regulação de conteúdo das big techs, alinhando-se ao interesse das empresas de tecnologia em evitar restrições. O governo brasileiro, diante da resistência no Congresso, já recuou de uma proposta mais ampla e decidiu encaminhar apenas regras de natureza econômica para as plataformas.

A pauta comercial também está em jogo, em meio ao tarifaço de 50% imposto por Trump sobre produtos brasileiros. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, avalia que há espaço para retomar projetos anteriores de cooperação em energia limpa, biocombustíveis e transformação produtiva, caso o ambiente volte à normalidade.

Do lado empresarial, representantes da indústria veem a reabertura de negociações como positiva, mas demonstram receio de que os pleitos americanos sejam excessivos ou pouco vantajosos para o Brasil.