Tributo invisível

Nordeste é a segunda região com maior volume de transações tributadas com IOF no país

Por Anchieta Dantas Jr. - Em 03/06/2025 às 8:05 AM

Movimentações Financeiras Iof

Entre compras internacionais, uso do cartão de crédito, resgates de investimentos e outras movimentações, o IOF aparece como um custo recorrente da vida financeira digital Foto: Freepik

Quase um terço dos brasileiros bancarizados realizou operações financeiras com incidência de IOF nos últimos 12 meses — e o Nordeste aparece como a segunda região com maior volume dessas transações, atrás apenas do Sudeste. Os dados fazem parte de um levantamento da fintech Klavi, com base em 3,4 milhões de usuários do sistema de Open Finance.

O estudo revela que 29% dos usuários analisados pagaram o imposto em ao menos uma operação no período, com média de quase dez transações por pessoa. Ainda que os valores individuais pareçam baixos — a mediana foi de R$ 1,67 — o gasto médio ficou em R$ 24,25, indicando que uma parcela significativa paga quantias bem maiores.

Incidência cotidiana

Entre compras internacionais, uso do cartão de crédito, resgates de investimentos e outras movimentações, o IOF aparece como um custo recorrente da vida financeira digital — muitas vezes despercebido. Só no último mês, 11% da base analisada realizou transações com o imposto, com média de 2,3 operações e gasto de R$ 4,46 por pessoa.

No recorte por regiões, o Sudeste concentra 51% das transações com IOF. O Nordeste aparece logo atrás, com 19,9%, superando o Sul (11,9%), Norte (8,7%) e Centro-Oeste (8,3%).

O IOF tem um efeito cascata. Mesmo quando não percebido diretamente, ele pode estar embutido em custos financeiros que acabam repassados ao consumidor”, observa Bruno Chan, CEO da Klavi.

Para a professora de gestão tributária Andressa Gomes, o imposto se tornou parte silenciosa do consumo — e seu impacto tende a ser mais relevante em cenários de juros altos. “O custo do crédito sobe, o consumo encarece e o IOF amplia essa conta. Mesmo que pareça irrelevante, ele se acumula”, afirma. (Com informações do Valor Investe)

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