A Suíça se destaca por seu conservadorismo monetário e neutralidade legal

O antigo modelo de preservar grandes fortunas com base em paraísos fiscais e sigilo bancário está ficando obsoleto. Com o avanço da regulamentação internacional e maior fiscalização tributária, investidores agora buscam destinos que ofereçam estabilidade jurídica, segurança climática e infraestrutura digital — surgem assim as chamadas “cidades-refúgio” do capital.

Um estudo da Multipolitan, plataforma especializada em mobilidade financeira global, mostra que proteger patrimônio hoje exige mais do que pagar menos imposto: requer previsibilidade e governança eficaz. Lugares como Zug (Suíça), Hong Kong e Basileia lideram o ranking global de proteção patrimonial por aliarem economia sólida, boa qualidade de vida e valorização imobiliária.

A Suíça se destaca por seu conservadorismo monetário e neutralidade legal, enquanto Hong Kong ganha pontos pela resiliência imobiliária e eficiência administrativa. Já cidades dos EUA como São Francisco e Seattle aparecem no ranking, mas perdem força devido a riscos climáticos.

Mobilidade global e múltiplas residências fiscais também são estratégias crescentes entre famílias de alta renda, que criam “portfólios de liberdade” para reduzir riscos políticos e tributários. Cidades como Copenhague, Singapura e Sydney, embora não sejam as mais baratas do ponto de vista fiscal, se sobressaem pela inteligência tributária e previsibilidade institucional.

Nos Emirados Árabes, Abu Dhabi e Dubai conquistam posições de destaque por sua combinação de impostos baixos, acordos internacionais e rigor regulatório — o que os diferencia dos tradicionais paraísos fiscais com regras opacas.

Por outro lado, países como Japão e China ficaram de fora do levantamento por causa de instabilidade econômica e alta carga tributária.

A mudança de paradigma é clara: não basta esconder dinheiro; é preciso colocá-lo onde ele possa crescer com segurança e transparência.